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Escândalo fiscal já atingiu o Corinthians
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras não é o único
clube grande de São Paulo
envolvido em acusações de
fraude com notas fiscais
frias. Denúncia semelhante é
investigada no Corinthians.
No ano passado, operação
do Ministério Público Estadual apreendeu no clube do
Parque São Jorge notas fiscais que seriam frias emitidas entre 2002 e 2007. Elas
teriam sido utilizadas para
desviar dinheiro do clube.
Segundo o Ministério Público, o esquema era administrado por Alberto Dualib
e Nesi Curi, ex-presidente e
ex-vice afastados e réus em
processo na Justiça Federal
por lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha.
Após a apreensão dos documentos, a Promotoria
identificou 88 notas frias pela empresa NBL, que jamais
trabalhou no clube. Os recibos totalizariam R$ 436 mil.
De acordo com as investigações, conduzidas em conjunto com o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado),
houve um desvio comprovado de R$ 1,433 milhão.
O total, de acordo com a
Promotoria, pode chegar a
R$ 5,4 milhões.
"A NBL era a principal empresa dessa fraude. Prestava
uma espécie de assessoria de
estelionato", disse, à época, o
delegado Maurício Soares.
"Ela fornecia não apenas
notas frias como conseguia
notas de outras empresas,
que muitas vezes eram idôneas mas tinham suas notas
usadas", acrescentou ele.
Segundo Soares, Dualib,
em depoimento, alegou que
não sabia da fraude no Corinthians até ser avisado oficialmente pelo Conselho Deliberativo sobre o desvio de
dinheiro na agremiação.
Dualib foi indiciado, no final de 2007, por estelionato e
formação de quadrilha.
Visando recuperar ao menos parte do valor que teria
sido desviado do clube, o Corinthians entrou, em março
deste ano, com pedido para
ser aceito como assistente de
acusação no processo criminal contra o cartola, que corre na Justiça comum.
No pedido, a diretoria corintiana reivindica o bloqueio de bens de Dualib.
Com isso, visa garantir a penhora de bens para que o ex-presidente devolva dinheiro
ao clube, caso a fraude seja
provada. Outros dirigentes
da época de Dualib, como
Nesi, também são alvos.
Por trás do pedido estava o
temor de que o ex-cartola corintiano transferisse todos
os seus bens para uma off-
shore no Uruguai, impedindo a recuperação dos valores.
Em março, o juiz Marcelo
Semer, da 15ª Vara Criminal
de São Paulo, aceitou denúncia do Ministério Público e
iniciou processo contra Dualib e Nesi por estelionato e
formação de quadrilha devido ao esquema de notas frias.
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