São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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Escândalo fiscal já atingiu o Corinthians

DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras não é o único clube grande de São Paulo envolvido em acusações de fraude com notas fiscais frias. Denúncia semelhante é investigada no Corinthians.
No ano passado, operação do Ministério Público Estadual apreendeu no clube do Parque São Jorge notas fiscais que seriam frias emitidas entre 2002 e 2007. Elas teriam sido utilizadas para desviar dinheiro do clube.
Segundo o Ministério Público, o esquema era administrado por Alberto Dualib e Nesi Curi, ex-presidente e ex-vice afastados e réus em processo na Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Após a apreensão dos documentos, a Promotoria identificou 88 notas frias pela empresa NBL, que jamais trabalhou no clube. Os recibos totalizariam R$ 436 mil.
De acordo com as investigações, conduzidas em conjunto com o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), houve um desvio comprovado de R$ 1,433 milhão.
O total, de acordo com a Promotoria, pode chegar a R$ 5,4 milhões.
"A NBL era a principal empresa dessa fraude. Prestava uma espécie de assessoria de estelionato", disse, à época, o delegado Maurício Soares.
"Ela fornecia não apenas notas frias como conseguia notas de outras empresas, que muitas vezes eram idôneas mas tinham suas notas usadas", acrescentou ele.
Segundo Soares, Dualib, em depoimento, alegou que não sabia da fraude no Corinthians até ser avisado oficialmente pelo Conselho Deliberativo sobre o desvio de dinheiro na agremiação.
Dualib foi indiciado, no final de 2007, por estelionato e formação de quadrilha.
Visando recuperar ao menos parte do valor que teria sido desviado do clube, o Corinthians entrou, em março deste ano, com pedido para ser aceito como assistente de acusação no processo criminal contra o cartola, que corre na Justiça comum.
No pedido, a diretoria corintiana reivindica o bloqueio de bens de Dualib. Com isso, visa garantir a penhora de bens para que o ex-presidente devolva dinheiro ao clube, caso a fraude seja provada. Outros dirigentes da época de Dualib, como Nesi, também são alvos.
Por trás do pedido estava o temor de que o ex-cartola corintiano transferisse todos os seus bens para uma off- shore no Uruguai, impedindo a recuperação dos valores.
Em março, o juiz Marcelo Semer, da 15ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou denúncia do Ministério Público e iniciou processo contra Dualib e Nesi por estelionato e formação de quadrilha devido ao esquema de notas frias.


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