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Classe star pode sair da Rio-2016
VELA
Federação sugere tirar barco de Torben e Scheidt da Olimpíada
MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO
A classe da vela que reúne
dois dos maiores atletas
olímpicos brasileiros -Robert Scheidt e Torben Grael-
corre o risco de ficar fora justamente dos Jogos Olímpicos
do Rio, em 2016.
Em um congresso realizado na Grécia, 19 delegados da
Isaf (Federação Internacional de Vela) votaram pela exclusão da classe star do programa olímpico e 16 foram
contrários. Uma nova e definitiva votação ocorrerá em
maio do ano que vem.
Os principais atletas da
star já começaram a se mobilizar para reverter o resultado
no próximo congresso.
"Não é uma missão simples mudar isso agora, mas,
se a classe se unir, ainda há
chances de reverter esse quadro na reunião de 2011", afirmou Robert Scheidt, que
conquistou a prata na classe
star em Pequim-2008, ao lado de Bruno Prada.
Além dessa medalha, o
Brasil obteve, somente nesta
classe, outras quatro. Ao lado de Marcelo Ferreira, Torben Grael somou dois ouros e
um bronze em Atlanta-1996,
Sydney-2000 e Atenas-2004.
Já com Nelson Falcão, Grael
levou o bronze em Seul-1988.
Prestes a completar cem
anos em 2011, a star há tempos sofre ameaças de ser cortada do programa olímpico.
Em 1996, a classe, que está
em Olimpíadas desde 1932,
chegou a ser excluída, mas a
Isaf voltou atrás em 1997.
A Folha apurou que três
motivos fazem com que a federação internacional tente
retirar a classe do programa
olímpico: o alto custo dos
barcos, a tendência por optar
por embarcações mais rápidas e atrativas para a TV e a
resistência dos delegados
asiáticos, uma vez que a classe tem mais representantes
na Europa e nas Américas.
Scheidt já iniciou seu
lobby. Ele enviou um e-mail
para o presidente da Isaf, Göran Petersson, relatando a
importância de manter a star
no programa de 2016.
"Usei como argumento o
fato de que, para o Brasil, por
ser o país-sede da Olimpíada,
é fundamental ter a star pela
força que a classe tem no
país, pelas estrelas que a
classe tem. Isso certamente
vai atrair muito mais espectadores e mídia", disse ele.
Para Scheidt, a melhor estratégia para manter a star é a
busca por incluir uma prova
a mais no programa da vela.
Assim, a classe não teria que
concorrer com outra por uma
vaga na Olimpíada.
Atualmente, a classe tornado, excluída dos Jogos de
Londres, é a maior concorrente da star por uma vaga
em 2016. Na votação, a Isaf
demonstrou a intenção de
voltar a ter um barco representante dos multicascos.
Para Torben, a melhor solução seria excluir o finn ou o
laser. "São barcos praticamente idênticos, de uma pessoa só, de uma vela só. Para
mim, não existe espaço para
os dois barcos na Olimpíada,
a não ser que tivesse sobrando vaga", disse o velejador.
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