São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Classe star pode sair da Rio-2016

VELA
Federação sugere tirar barco de Torben e Scheidt da Olimpíada


MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

A classe da vela que reúne dois dos maiores atletas olímpicos brasileiros -Robert Scheidt e Torben Grael- corre o risco de ficar fora justamente dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
Em um congresso realizado na Grécia, 19 delegados da Isaf (Federação Internacional de Vela) votaram pela exclusão da classe star do programa olímpico e 16 foram contrários. Uma nova e definitiva votação ocorrerá em maio do ano que vem.
Os principais atletas da star já começaram a se mobilizar para reverter o resultado no próximo congresso.
"Não é uma missão simples mudar isso agora, mas, se a classe se unir, ainda há chances de reverter esse quadro na reunião de 2011", afirmou Robert Scheidt, que conquistou a prata na classe star em Pequim-2008, ao lado de Bruno Prada.
Além dessa medalha, o Brasil obteve, somente nesta classe, outras quatro. Ao lado de Marcelo Ferreira, Torben Grael somou dois ouros e um bronze em Atlanta-1996, Sydney-2000 e Atenas-2004. Já com Nelson Falcão, Grael levou o bronze em Seul-1988.
Prestes a completar cem anos em 2011, a star há tempos sofre ameaças de ser cortada do programa olímpico.
Em 1996, a classe, que está em Olimpíadas desde 1932, chegou a ser excluída, mas a Isaf voltou atrás em 1997.
A Folha apurou que três motivos fazem com que a federação internacional tente retirar a classe do programa olímpico: o alto custo dos barcos, a tendência por optar por embarcações mais rápidas e atrativas para a TV e a resistência dos delegados asiáticos, uma vez que a classe tem mais representantes na Europa e nas Américas.
Scheidt já iniciou seu lobby. Ele enviou um e-mail para o presidente da Isaf, Göran Petersson, relatando a importância de manter a star no programa de 2016.
"Usei como argumento o fato de que, para o Brasil, por ser o país-sede da Olimpíada, é fundamental ter a star pela força que a classe tem no país, pelas estrelas que a classe tem. Isso certamente vai atrair muito mais espectadores e mídia", disse ele.
Para Scheidt, a melhor estratégia para manter a star é a busca por incluir uma prova a mais no programa da vela. Assim, a classe não teria que concorrer com outra por uma vaga na Olimpíada.
Atualmente, a classe tornado, excluída dos Jogos de Londres, é a maior concorrente da star por uma vaga em 2016. Na votação, a Isaf demonstrou a intenção de voltar a ter um barco representante dos multicascos.
Para Torben, a melhor solução seria excluir o finn ou o laser. "São barcos praticamente idênticos, de uma pessoa só, de uma vela só. Para mim, não existe espaço para os dois barcos na Olimpíada, a não ser que tivesse sobrando vaga", disse o velejador.


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