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O PERSONAGEM
Raí elogia rival e escolhe Amoroso para virar herói
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA
O maior jogador da história
do São Paulo, autor dos dois
gols da vitória de 2 a 1 que levou
o time ao primeiro título mundial contra o Barcelona, em 92,
passa quase despercebido no
saguão do hotel são-paulino.
Ele atua mais como um torcedor à espera do título mundial,
mas se mostra à vontade a ponto de ter até participado de um
treino recreativo com o elenco.
Em entrevista à Folha, Raí
disse que o Liverpool é o grande favorito na final do Mundial
de Clubes. Ele colocou o São
Paulo como surpresa, destacou
os momentos antagônicos das
duas equipes, mas afirmou que
a tradição dos times brasileiros
em complicar taticamente a
forma de os ingleses atuarem
pode ser um trunfo.
No palpite para o jogo, o ex-camisa 10 voltou no tempo e arriscou o mesmo placar que deu
ao clube o primeiro título mundial, mas desta vez com Amoroso fazendo o gol e decretando do 2 a 1. "Ele está com uma
estrela muito grande."
(TA)
Folha - Quem é favorito para a
final do Mundial de Clubes?
Raí - O Liverpool. Até pelo o
que as duas equipes apresentaram nas suas estréias no Mudial. O Liverpool fez uma grande partida contra o Saprissa,
ganhando de 3 a 0 com facilidade, vem de uma fase boa, o que
não é o caso do São Paulo.
Folha - E quais seriam as chances do São Paulo?
Raí - Bom, conheço bem a história do São Paulo e sei que o
clube costuma se superar em
momentos como o desta decisão. E sei também que a escola
inglesa sente muita dificuldade
contra atletas brasileiros, que
são imprevisíveis em campo.
Folha - Qual jogador do Liverpool preocupa mais?
Raí - Tem o Gerrard, que é o
grande nome do time, e também o Cissé, que tem uma explosão muito grande. São os
dois melhores. Mas o time deles não é só isso. Tem o Xabi
Alonso e outros mais.
Folha - O São Paulo foi mal na
vitória contra o Al Ittihad. Você
acha que a pressão nos ombros
diminuirá pelo fato de ter um time de tradição pela frente?
Raí - Diminui muito. Vai ser
um jogo completamente diferente. O Al Ittihad não tinha
nenhuma responsabilidade e
era imprevisível. Agora não, o
Liverpol é o campeão europeu.
O jogo vai ser mais equilibrado,
e tenho certeza de que o São
Paulo vai jogar melhor.
Folha - Você não está tendo
uma participação oficial no grupo. O que acha que pode trazer
em benefício do São Paulo estando com o time?
Raí - Estou aqui mais pela presença, pela história no clube.
Acho que inspira uma boa lembrança. Converso com um ou
outro informalmente. Participo de alguns almoços. Estou
vendo isso como uma honra.
Folha - O clube viveu momentos de turbulência com discussão sobre premiação e o problema envolvendo o Amoroso. Isso
pode atrapalhar?
Raí - Isso não é novo no futebol. Falaram sobre o problema
de bicho também do Corinthians [no Brasileiro]. Lembro-me da minha época, de quando
falaram sobre isso. Acho que
foi especulação. O grupo ficou
mais chateado com a imprensa
do que internamente.
Folha - Quem, na sua opinião,
fará o gol do título?
Raí - O Amoroso. Ele está com
uma estrela muito grande. E
acho que o placar pode ser 2 a 1,
para relembrar a vitória sobre o
Barcelona, quando eu joguei.
Acho que o Aloísio, que está
muito bem, pode fazer o outro.
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