São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 2005

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O PERSONAGEM

Raí elogia rival e escolhe Amoroso para virar herói

ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA

O maior jogador da história do São Paulo, autor dos dois gols da vitória de 2 a 1 que levou o time ao primeiro título mundial contra o Barcelona, em 92, passa quase despercebido no saguão do hotel são-paulino. Ele atua mais como um torcedor à espera do título mundial, mas se mostra à vontade a ponto de ter até participado de um treino recreativo com o elenco.
Em entrevista à Folha, Raí disse que o Liverpool é o grande favorito na final do Mundial de Clubes. Ele colocou o São Paulo como surpresa, destacou os momentos antagônicos das duas equipes, mas afirmou que a tradição dos times brasileiros em complicar taticamente a forma de os ingleses atuarem pode ser um trunfo.
No palpite para o jogo, o ex-camisa 10 voltou no tempo e arriscou o mesmo placar que deu ao clube o primeiro título mundial, mas desta vez com Amoroso fazendo o gol e decretando do 2 a 1. "Ele está com uma estrela muito grande." (TA)
 

Folha - Quem é favorito para a final do Mundial de Clubes?
Raí -
O Liverpool. Até pelo o que as duas equipes apresentaram nas suas estréias no Mudial. O Liverpool fez uma grande partida contra o Saprissa, ganhando de 3 a 0 com facilidade, vem de uma fase boa, o que não é o caso do São Paulo.

Folha - E quais seriam as chances do São Paulo?
Raí -
Bom, conheço bem a história do São Paulo e sei que o clube costuma se superar em momentos como o desta decisão. E sei também que a escola inglesa sente muita dificuldade contra atletas brasileiros, que são imprevisíveis em campo.

Folha - Qual jogador do Liverpool preocupa mais?
Raí -
Tem o Gerrard, que é o grande nome do time, e também o Cissé, que tem uma explosão muito grande. São os dois melhores. Mas o time deles não é só isso. Tem o Xabi Alonso e outros mais.

Folha - O São Paulo foi mal na vitória contra o Al Ittihad. Você acha que a pressão nos ombros diminuirá pelo fato de ter um time de tradição pela frente?
Raí -
Diminui muito. Vai ser um jogo completamente diferente. O Al Ittihad não tinha nenhuma responsabilidade e era imprevisível. Agora não, o Liverpol é o campeão europeu. O jogo vai ser mais equilibrado, e tenho certeza de que o São Paulo vai jogar melhor.

Folha - Você não está tendo uma participação oficial no grupo. O que acha que pode trazer em benefício do São Paulo estando com o time?
Raí -
Estou aqui mais pela presença, pela história no clube. Acho que inspira uma boa lembrança. Converso com um ou outro informalmente. Participo de alguns almoços. Estou vendo isso como uma honra.

Folha - O clube viveu momentos de turbulência com discussão sobre premiação e o problema envolvendo o Amoroso. Isso pode atrapalhar?
Raí -
Isso não é novo no futebol. Falaram sobre o problema de bicho também do Corinthians [no Brasileiro]. Lembro-me da minha época, de quando falaram sobre isso. Acho que foi especulação. O grupo ficou mais chateado com a imprensa do que internamente.

Folha - Quem, na sua opinião, fará o gol do título?
Raí -
O Amoroso. Ele está com uma estrela muito grande. E acho que o placar pode ser 2 a 1, para relembrar a vitória sobre o Barcelona, quando eu joguei. Acho que o Aloísio, que está muito bem, pode fazer o outro.


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