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NEGÓCIOS
Rede compra direitos exclusivos de TV, rádio e Internet de vários eventos até 2006, entre eles duas Copas
Pacote dá à Globo melhor do esporte
e da Sucursal do Rio
A Rede Globo anunciou ontem,
no Rio, a assinatura do maior contrato da história da TV mundial
para transmissões de futebol.
Na prática, a emissora assegurou
o quase monopólio sobre o esporte
na TV do Brasil até 2006.
Pelo contrato, a Globo passou a
deter os direitos de transmissão,
para o país, das duas próximas Copas do Mundo (2002 e 2006).
A exclusividade da Globo não se
limitará à TV aberta. Abrangerá
também transmissões por TV por
assinatura, rádio e Internet.
À posse dos direitos sobre as Copas, somar-se-ão ainda, dentro
dos direitos da Globo, diversas outras competições esportivas.
No futebol, ela poderá transmitir, no próximo ano, o Campeonato Brasileiro, o Paulista e a Copa do
Brasil (leia texto abaixo).
Internacionalmente, o contrato
divulgado ontem garante também
à emissora a posse de eventos que
vão das duas próximas Eurocopas
aos Mundiais de futsal.
No mesmo acordo, a Globo adquiriu também direitos de transmitir diversas competições de outros esportes, como os Mundiais
masculino e feminino de basquete,
em 2002 (veja quadro abaixo).
Com o contrato, a Globo se tornou a primeira emissora do planeta a garantir os direitos de transmissão das duas Copas do Mundo.
Apesar de a emissora não ter revelado os valores do contrato, a
Folha apurou que a TV Globo vai
pagar US$ 383 milhões à ISL (International Sports Leisure), empresa que comprou da Fifa, entidade máxima do futebol mundial, os
direitos de negociar em cada país,
exceto na Europa e nos EUA, a
transmissão dos Mundiais.
A ISL é a empresa de marketing
esportivo que há mais de 20 anos
detém o monopólio do futebol
mundial. Em 1996, a Fifa vendeu
para a ISL os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002
por cerca de US$ 1 bilhão.
Já os direitos de transmissão do
Mundial de 2006 foram negociados por US$ 1,2 bilhão.
Apesar de ter a exclusividade, a
Globo já manifestou interesse em
repartir os direitos de rádio e TV
aberta com outras emissoras.
"Os interessados terão só de
cumprir algumas exigências referentes à qualidade da transmissão,
além de pagar a quantia estabelecida", diz Marcelo de Campos Pinto,
diretor jurídico da TV Globo.
Já em relação à Internet e à TV
fechada, a emissora diz que ainda
não definiu seu planejamento.
O contrato Globo-ISL é o primeiro do novo modelo de negociações
definido pela Fifa em 96.
Agora, os direitos são vendidos
exclusivamente para uma única
rede de televisão em cada país
-que, a partir daí, tem o direito
de fazer o que quiser com eles.
Antes, a ISL vendia os direitos à
OTI (Organização de Televisão
Ibero-Americana), que negociava
com todas as televisões da América, exceto EUA e Canadá.
Concorrência
Duas outras empresas concorreram com a Globo pelos direitos exclusivos de transmissão das duas
próximas Copas.
Uma delas foi a TV Record. A
empresa vinha tentando comprar
os direitos junto à ISL desde a última Copa do Mundo.
Segundo apurou a Folha, a empresa teria oferecido US$ 250 milhões, mas o contrato abrangeria
apenas as duas Copas.
"Agora, a tendência é haver uma
aproximação com a Globo", diz
Ricardo Frota, gerente de comunicação da Record.
A outra empresa, de nome não
divulgado, era a união de uma
emissora nacional com investidores internacionais.
Segundo Marcelo de Campos
Pinto, um dos responsáveis pela
negociação, a oferta da Globo foi
até menor do que as das outras
duas concorrentes.
"A opção da ISL foi por causa de
nossa capacidade e qualidade",
afirmou Pinto.
De acordo com ele, o milionário
valor vai começar a ser pago pela
TV Globo em janeiro. O preço foi
parcelado em quantias anuais sem
juros até 2006.
A negociação dos diretores da
TV Globo com a ISL demorou
mais de um ano, até o acerto do
acordo nos últimos dias.
No próximo ano, os principais
canais europeus deverão comprar
os direitos de transmissão das
duas próximas Copas.
Além da TV Globo, a Globo
Overseas Investiment, empresa do
grupo no exterior, fechou a negociação com a ISL, para viabilizar financeiramente o negócio.
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