São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2001

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Brasileiro quer ficar fora de eleição da Fifa

DO PAINEL FC

Pelé bem que tentou, mas não conseguiu. Teve de responder mais uma vez o que achava da polêmica sobre a escolha do melhor jogador do século entre ele e o argentino Diego Armando Maradona.
Mais uma vez, criticou seu rival, que o venceu na votação popular pela Internet, mas perdeu na feita por membros indicados pela Fifa.
Na próxima eleição que a entidade que dirige o futebol mundial pretende fazer para esclarecer definitivamente a questão, em 2004, ano do centenário da Fifa, Pelé pediu para ficar de fora.
""Pedi para o Blatter (Joseph, presidente da Fifa) tirar o Pelé de qualquer tipo de comparação. Só vai haver concorrência no dia em que um jogador marcar mais de 1.200 gols, ganhar três Copas do Mundo, dois Mundiais de clube e for filho da dona Celeste e do seu Dondinho", afirmou, provocando risos. ""Como só houve um Beethoven, só há um Pelé e não tem papo."
Para ele, melhores do que Maradona há vários atletas e ex-atletas. ""O Romário é um. Não falam tanto dele, pois aqui no Brasil sempre houve muitos craques, mas ele é muito melhor do que o Maradona."
Além de Romário, citou Gérson e Rivellino e, depois, o português Eusébio, considerado por ele ""tecnicamente muito melhor" que o argentino.
Sobre as alterações feitas na Lei Pelé pelo Congresso, no ano passado, outro assunto sobre o qual é frequentemente indagado, ontem chegou a fazer um pedido. Não quer mais vê-la sendo chamada de Lei Pelé. ""Agora é a Lei Maguito (Vilela, deputado que comandou as mudanças) ou qualquer coisa, não Lei Pelé."
Ele voltou a criticar o fato de os investidores não poderem ter o controle sobre os clubes de futebol.
""Pelo meu projeto, eles teriam 51% das ações e os clubes, 49%. Depois mudaram, fazendo justamente o contrário", reclamou. ""Que investidor vai querer colocar dinheiro num time brasileiro se não vai poder ter o controle? Vai investir para outros controlarem? É claro que não", reclamou Pelé.
Para ele, ainda é tempo para a lei ser alterada mais uma vez e os recursos, por consequência, retornarem para o futebol brasileiro. (JCA)


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