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Espanhol dirige Brasil em seletiva olímpica
Moncho Monsalve é anunciado e deseja contar com Nenê na seleção de basquete
Hérnia de disco adia anúncio de novo treinador, que afirma ter elenco para ir à Olimpíada e realizar "sonho" ao dirigir os brasileiros
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma hérnia de disco adiou o
anúncio do novo técnico da seleção masculina de basquete.
Ontem, a confederação divulgou que o espanhol Juan
Manuel Monsalve Fernandez,
o Moncho, 63, irá dirigir a equipe no Pré-Olímpico Mundial. O
torneio vai de 14 a 20 de julho,
em Atenas, na Grécia, e classifica três equipes aos Jogos de Pequim, no mês seguinte.
"Conversava com o Grego
[Gerasime Bozikis, presidente
da CBB] desde agosto. Mas não
quis me comprometer. O médico só me liberou há 15 dias",
disse à Folha Moncho, por telefone, de Murcia, onde reside.
Nesse período, a CBB procurou outro espanhol, Manel Comes Hortet, hoje no Sevilla.
"É um sonho e uma grande
oportunidade. O país tem ótimos jogadores", falou ele, que
vem ao Brasil após o Carnaval.
Moncho estava no gabinete
técnico da federação espanhola, dando palestras para treinadores. Iniciou a carreira de técnico em 1972 e já dirigiu países
de pouca expressão, como República Dominicana, Tunísia e
Suíça, além da seleção B da Espanha e do sub-21 de Marrocos. Foi técnico de Oscar no
Valladolid, em 1978, e de Marcelinho, no Cantabria Lobos.
"Venho acompanhando os
brasileiros na Europa e na
NBA. O Brasil tem toda a condição de conseguir vaga olímpica", disse ele, ressaltando que o
resto da comissão técnica será
formado só por brasileiros.
"Ainda não conversei com os
técnicos daí. Mas o Brasil tem
grandes nomes", declarou ele,
que mantém contato com Lula,
treinador que deixou o comando do Brasil após fracassar no
Pré-Olímpico de Las Vegas-07.
Para a seleção, Moncho destaca os atletas que atuam na
Espanha. "O Marcelinho Huertas está fazendo excelente temporada, e seu time [Bilbao] é a
revelação do campeonato."
Ele espera contar com os
principais nomes do país, incluindo Nenê, para a seletiva
olímpica. "Felizmente o tumor
dele é benigno. Estarei em contato com o Denver para saber
da situação", disse, referindo-se ao atleta, que teve extraído
tumor no testículo na segunda.
Moncho conheceu o treinador de Nenê no Denver, George
Karl, quando o norte-americano dirigiu o Real Madrid nos
anos 80. Também já teve contato com Mike D'Antoni, técnico do Phoenix de Leandrinho,
quando ele atuava na Europa.
"Vou conversar com eles sobre os brasileiros. Não conheço
o Mike Brown [técnico do Cleveland, de Anderson Varejão],
mas também falarei com ele."
Moncho credita os maus resultados da seleção nos últimos
anos a falhas nos momentos
decisivos. O país não foi às duas
últimas Olimpíadas e acabou
eliminado na primeira fase no
Mundial do Japão, em 2006.
"Pretendo implantar três
idéias no grupo: respeito, generosidade e autoconfiança."
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