São Paulo, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2004

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AÇÃO

Aumenta a expectativa

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

A meteorologia prevê uma ondulação gigante para Maui, no Havaí, até segunda-feira. A notícia voltou a deixar os participantes da Copa do Mundo de tow-in em estado de alerta.
Se o swell entrar, durante a semana as ondas podem finalmente atingir os 50 pés de face, mínimo exigido para detonar a Copa do Mundo de tow-in. O que deixaria muita gente feliz, principalmente as 15 duplas de surfistas e rebocadores que estão na ilha há quase dois meses esperando por isso, e repórteres da Rede Globo que, pela primeira vez, cobrem o evento e estão literalmente ilhados no arquipélago.
O que nem todos sabem é que, por trás desse enorme circo que nos últimos três anos é montado em Jaws, Havaí, estão dois brasileiros: Rosaldo Cavalcanti, 40, e Jorge "Joinha" Guimarães, 46.
Rosaldo é surfista e jornalista, e Jorge, lutador de jiu-jitsu, surfista e apresentador de um programa na Sportv. Os dois chegaram sorrateiros ao Havaí na temporada 2001/2002, apoiados pelo Estúdio Mega, uma produtora brasileira, e realizaram a primeira Copa do Mundo de tow-in, premiando a dupla vencedora com US$ 70 mil.
O valor da premiação, duas vezes maior do que o entregue ao campeão do WCT, atraiu a elite do surfe de ondas grandes, à exceção de Laird Hamilton, havaiano considerado o precursor do tow-in e manda-chuva do pico que se recusou a entrar, talvez por ver "seu quintal" invadido por brasileiros ousados que deram forma, cor e ritmo a uma atividade recém-criada por americanos, talvez pela aversão às competições.
Outros surfistas/produtores, apoiados por importantes grifes, já haviam tentado organizar megacampeonatos de ondas grandes em picos como Mavericks e Cortez Bank, mas, por vários fatores, não conseguiram se organizar profissionalmente como Rosaldo, Jorge e a turma do Mega.
Embora fossem gringos e, por isso, olhados com desconfiança pelos locais, fizeram um evento sem falhas que teve que ser reconhecido pela comunidade internacional, a ponto de ser citado pela revista "Surfer" como um dos grandes momentos do surfe mundial.
Hoje, a Copa, protagonizada pela elite do big surfe mundial (nela estão duas duplas nacionais: Carlos Burle e Eraldo Gueiros, e Rodrigo Resende, que papou a primeira edição, e Danilo Couto, além de Sylvio Mancusi, parceiro de um havaiano), vai virar filme, é distribuída pelo sistema pay-per-view para lares americanos e atraiu a atenção da toda-poderosa Rede Globo, que despachou para lá a dupla Mariana Becker, repórter, e Claudio Moraes, cameraman, que, enquanto não flagram as ondas gigantes, estão atrás de boas histórias.
A equipe já conseguiu até uma entrevista com Mr. Laird Hamilton, que embora ainda não tenha sido seduzido pela festa, diz que gosta muito da pompa que o evento ganhou desde 2001. Neste ano, o Estúdio Mega, que disponibilizou 16 câmeras para registrar a prova, vai um pouco mais longe: premiará a dupla vencedora com US$ 100 mil. O prazo para que o swell se agigante e detone a competição vai até 15 de março.

WQS - troco sul-africano
Por pouco Greg Emslie não venceu a etapa quatro estrelas em Torres (RS). Warwick Wright venceu em Noronha e vingou as últimas vitórias brasileiras em Durban. Jihad Kohdr, com a melhor onda da final, ganhou o título. A próxima etapa está no período de espera no Havaí.

Snowboard
A brasileira Isabel Clark conquistou a segunda colocação no North America Cup, na prova de slalom disputada em Cypress, Canadá. Na próxima semana, ela disputa a etapa japonesa da Copa do Mundo.

Skate
O Paraná, com Wagner Ramos, campeão, e Rodil "Ferrugem" Jr, vice, dominou a primeira etapa do Brasileiro de street, em Salvador.

E-mail sarli@trip.com.br


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