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AÇÃO
Aumenta a expectativa
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
A meteorologia prevê
uma ondulação gigante para Maui, no Havaí, até segunda-feira. A notícia voltou a deixar os
participantes da Copa do Mundo
de tow-in em estado de alerta.
Se o swell entrar, durante a semana as ondas podem finalmente atingir os 50 pés de face, mínimo exigido para detonar a Copa
do Mundo de tow-in. O que deixaria muita gente feliz, principalmente as 15 duplas de surfistas e
rebocadores que estão na ilha há
quase dois meses esperando por
isso, e repórteres da Rede Globo
que, pela primeira vez, cobrem o
evento e estão literalmente ilhados no arquipélago.
O que nem todos sabem é que,
por trás desse enorme circo que
nos últimos três anos é montado
em Jaws, Havaí, estão dois brasileiros: Rosaldo Cavalcanti, 40, e
Jorge "Joinha" Guimarães, 46.
Rosaldo é surfista e jornalista, e
Jorge, lutador de jiu-jitsu, surfista
e apresentador de um programa
na Sportv. Os dois chegaram sorrateiros ao Havaí na temporada
2001/2002, apoiados pelo Estúdio
Mega, uma produtora brasileira,
e realizaram a primeira Copa do
Mundo de tow-in, premiando a
dupla vencedora com US$ 70 mil.
O valor da premiação, duas vezes maior do que o entregue ao
campeão do WCT, atraiu a elite
do surfe de ondas grandes, à exceção de Laird Hamilton, havaiano
considerado o precursor do tow-in e manda-chuva do pico que se
recusou a entrar, talvez por ver
"seu quintal" invadido por brasileiros ousados que deram forma,
cor e ritmo a uma atividade recém-criada por americanos, talvez pela aversão às competições.
Outros surfistas/produtores,
apoiados por importantes grifes,
já haviam tentado organizar megacampeonatos de ondas grandes
em picos como Mavericks e Cortez Bank, mas, por vários fatores,
não conseguiram se organizar
profissionalmente como Rosaldo,
Jorge e a turma do Mega.
Embora fossem gringos e, por isso, olhados com desconfiança pelos locais, fizeram um evento sem
falhas que teve que ser reconhecido pela comunidade internacional, a ponto de ser citado pela revista "Surfer" como um dos grandes momentos do surfe mundial.
Hoje, a Copa, protagonizada
pela elite do big surfe mundial
(nela estão duas duplas nacionais: Carlos Burle e Eraldo Gueiros, e Rodrigo Resende, que papou a primeira edição, e Danilo
Couto, além de Sylvio Mancusi,
parceiro de um havaiano), vai virar filme, é distribuída pelo sistema pay-per-view para lares americanos e atraiu a atenção da toda-poderosa Rede Globo, que despachou para lá a dupla Mariana
Becker, repórter, e Claudio Moraes, cameraman, que, enquanto
não flagram as ondas gigantes,
estão atrás de boas histórias.
A equipe já conseguiu até uma
entrevista com Mr. Laird Hamilton, que embora ainda não tenha
sido seduzido pela festa, diz que
gosta muito da pompa que o
evento ganhou desde 2001. Neste
ano, o Estúdio Mega, que disponibilizou 16 câmeras para registrar
a prova, vai um pouco mais longe: premiará a dupla vencedora
com US$ 100 mil. O prazo para
que o swell se agigante e detone a
competição vai até 15 de março.
WQS - troco sul-africano
Por pouco Greg Emslie não venceu a etapa quatro estrelas em Torres
(RS). Warwick Wright venceu em Noronha e vingou as últimas vitórias brasileiras em Durban. Jihad Kohdr, com a melhor onda da final,
ganhou o título. A próxima etapa está no período de espera no Havaí.
Snowboard
A brasileira Isabel Clark conquistou a segunda colocação no North
America Cup, na prova de slalom disputada em Cypress, Canadá. Na
próxima semana, ela disputa a etapa japonesa da Copa do Mundo.
Skate
O Paraná, com Wagner Ramos, campeão, e Rodil "Ferrugem" Jr, vice, dominou a primeira etapa do Brasileiro de street, em Salvador.
E-mail sarli@trip.com.br
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