São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2011

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FOCO

Há seis anos no Bragantino, treinador "manda" no clube, mas pensa na saída
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Marcelo Veiga posa com camisa em homenagem aos 300 jogos do Bragantino sob seu comando

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Raridade no futebol brasileiro, Marcelo Veiga, 44, já está no comando do Bragantino há seis anos e 301 jogos.
Houve um breve hiato de três meses em 2007, quando o treinador se aventurou em outros dois clubes e retornou a Bragança Paulista, de onde só sai quando quiser.
"Aqui quem manda é ele", diz um funcionário do clube.
Veiga tem relação próxima com o presidente Marco Chedid, a quem dá conselhos sobre administração esportiva.
"Ele joga junto com a diretoria", afirma o presidente, que apoia o técnico mesmo em momentos críticos, como longas sequências de derrotas. "Troco o time inteiro se for preciso, mas ele não sai."
O futebol brasileiro se acostumou à dança das cadeiras dos técnicos. Entre os que disputam as duas primeiras divisões nacionais, Veiga é quem está há mais tempo no mesmo cargo. Mas já imagina sua saída.
"Estou buscando resultados aqui para ter oportunidade fora. O presidente sabe e ele está me dando espaço para isso", afirma Veiga.
O trabalho do treinador extrapola as linhas do gramado, o que é considerado por todos a principal razão de sua estabilidade no cargo.
Quando chegou, em 2004, ganhando R$ 2.000, o Bragantino tinha o estádio interditado e muitas dívidas. Como um gerente, passou a dar palpites sobre a estrutura e a administração do clube.
Vestiários, gramado e estacionamento, por exemplo, foram melhorados graças também à influência dele.
Até a parceria com o restaurante onde Veiga recebeu a Folha, dentro do estádio Nabi Abi Chedid se deve a ele. "Falta o centro de treinamento. Sei de um espaço onde dá para fazer", planeja.
Quando ele chegou, o Bragantino estava na Série A-2 do Paulista e fora do Brasileiro (hoje, está na Série B). Em 2011, na A-1 do Estadual, Veiga sonha com uma das oito vagas à próxima fase.
Em 2007, nas semifinais do Paulista, eles foram jogar na capital, ante o Santos. O hotel onde o time estava foi invadido por belas modelos.
Ficaram circulando de biquíni pelo hotel. "Até o presidente se desconcentrou", lembra Chedid, entre risos.
Veiga, preocupado com o foco dos atletas no jogo, não pensou duas vezes: "Não deixei nem almoçarem, foram direto para outro hotel".
Veiga diz que foi uma estratégia do adversário para desconcentrar o time. O Bragantino foi eliminado pelo Santos. "É um delírio, choro de perdedor", disse Vanderlei Luxemburgo, treinador santista na época.
(AF)


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