São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2011

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Rio-16 corre risco de falta de água

OLIMPÍADA
Estudo da Light aponta vulnerabilidade em sistema de abastecimento da capital fluminense


NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

De olho no crescimento da demanda de visitantes no Rio de Janeiro por conta da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, o governo federal e o governo do Estado discutem propostas para evitar desabastecimento de água na região metropolitana.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), recebeu um estudo da Light tratando desses riscos e procurou o governador Sérgio Cabral (PMDB).
Na avaliação da Light, o sistema de abastecimento já é vulnerável mesmo sem o aumento de demanda por conta dos dois eventos esportivos. Três alternativas foram apresentadas pela empresa de energia elétrica.
Segundo Bezerra Coelho, os governos devem decidir o que fazer em até 60 dias. "Estamos estudando o assunto. E faremos de tudo para garantir a infraestrutura necessária para esses eventos."
Segundo ele, qualquer uma das obras sob análise tem prazo de duração de, no máximo 30 meses, o que garantiria margem para concluí-las antes da Copa.
A primeira proposta prevê interligar dois reservatórios em 2,3 km (Vigário e Ponte Coberta) ao custo de R$ 70 milhões. A segunda liga dois reservatórios em 22 km (Santa Cecília e Ribeirão das Lajes à vazante de Pereira Passos), no valor de R$ 409 milhões.
Outra alternativa é realizar a transposição das águas de Santana para Ponte Coberta, com 8,2 km de extensão. O custo é de R$ 142 milhões.
O ministro levou à presidente Dilma Rousseff um diagnóstico preliminar.
Ela autorizou o início das conversas para achar soluções para o problema. O governo está preocupado com a infraestrutura do Estado para sediar os eventos e promete não medir esforços para evitar surpresas negativas. Dilma pediu um estudo mais aprofundado sobre a capacidade real de abastecimento.
De acordo com a Light, citando especificamente as usinas do Complexo de Lajes, a região metropolitana tornou-se muito dependente do sistema de transposição de águas destinado à geração de energia elétrica.
O relatório diz ainda que as ofertas de água e de eletricidade no Rio estão intimamente ligadas, embora o sistema elétrico tenha se desenvolvido muito mais com a interligação do sistema elétrico brasileiro nos anos 80.
Paralisações em trechos desse complexo podem implicar interrupção da afluência necessária de vazões de água que abastecem cerca de 9 milhões de pessoas.
A Light alega que o sistema de abastecimento de água é bastante complexo, apresentando diversos trechos sem redundância e com boa parte dos equipamentos impossibilitados de receberem manutenção.
Procurado pela Folha, o governo do Rio afirma que sabe do aumento da demanda e investirá para evitar problemas na Copa e Olimpíada.
"A Companhia Estadual de Águas e Esgotos vem se planejando há alguns anos para atender às necessidades de crescimento de demanda e aos eventos que terão nossa cidade como sede."


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