EDUARDO OHATA

O encontro entre o "Golden Boy" Oscar de la Hoya e o ganês Ike "Bazooka" Quartey, no último sábado, pode ter sido um dos melhores dos últimos anos. Assim como o primeiro combate entre Júlio César Chávez e o norte-americano Meldrick Taylor (o mexicano nocauteou o rival, que vinha vencendo por pontos, a dois segundos do fim) marcou o início dos anos 90, essa luta pode ter fechado esta década. Mas nós, brasileiros, não podemos ter a certeza disso, pois ficamos sabendo do resultado por meio dos jornais.
Dá até para entender que a emissora que detinha os direitos de transmissão no Brasil tenha preferido exibir o Carnaval, embora em 1993 tenha demonstrado mais consideração para com os fãs e transmitido a vitória de Chávez sobre Greg Haugen, em pleno Carnaval. Mas qual foi o motivo para que em seu canal a cabo dirigido a esportes, a emissora tenha optado por VTs de outras modalidades?
Pensando bem, tal combate não devia mesmo ter importância. Estava apenas sendo promovido como o mais importante encontro de meio-médios desde que "Sugar" Ray Leonard e Thomas Hearns unificaram os cinturões, em 1981. O encontro só reuniu dois invictos, que ao lado de Pernell Whitaker e de Félix Trinidad, campeão da Federação Internacional, são considerados os quatro melhores da categoria na atualidade. E, enquanto De la Hoya defendia o cinturão do Conselho Mundial, Quartey seria o campeão da Associação Mundial se não tivesse sido destituído há alguns meses por motivos políticos.
A luta, segundo agências internacionais, foi marcada pela ação e por quedas dos lutadores -uma de De la Hoya e duas de Quartey. E, para provar que foi parelha, foi decidida por pontos em decisão dividida. Após o combate, o ganês disse que foi roubado, mas ninguém aqui poderá dar sua opinião. Mas, afinal, essa luta não era mesmo importante...

Arum 1
Embora se especule que o sobrevivente da luta entre Trinidad e Whitaker vá enfrentar De la Hoya em breve, o promotor do "Golden Boy", Bob Arum, não crê na possibilidade, especialmente no caso de vitória de Trinidad. Como este e seu promotor, Don King, têm compromisso com a Showtime, e De la Hoya luta pela HBO, seria muito difícil organizar a luta neste ano, quando expira o contrato entre King e Showtime.

Arum 2
O promotor integra, ao lado de 15 outros boxeadores, empresários e historiadores, a lista dos novos membros do Hall da Fama do boxe. São eles Jimmy Bivins, Khaosai Galaxy, Lew Jenkins, Eusebio Pedroza, Vicente Saldivar, Johnny Coulon, Sam Mc Vey, Freddy Steele, Lew Tendler, Guiseppe Ballarati, Mickey Duff, Murray Goodman, Jimmy Johnson, Tom O'Rourke e Irving Rudd.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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