MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local

O Corinthians está devendo o equivalente a meio ano de salário ao atacante Edílson. Desde fevereiro do ano passado, o clube vem pagando apenas a metade dos R$ 120 mil mensais (não declarados) que o jogador deveria receber.
A diretoria do clube havia divulgado que a dívida de R$ 1,3 milhão reclamada por Edílson neste início de temporada se referia aos 15% sobre o valor de seu passe -a que teria direito quando foi comprado pelo banco Excel, antigo patrocinador, do Kashiwa Reysol, do Japão-, mas a maior parte (R$ 720 mil) é referente ao salário.
A dívida salarial vem desde que o Excel rescindiu o contrato de uso de imagem que tinha com o jogador, por meio do qual custeava metade de seu salário, em um acordo feito para a contratação do zagueiro Gamarra e do volante Vampeta com recursos do banco.
O Excel, adquirido posteriormente pelo banco espanhol Bilbao Vizcaya, pagou na época R$ 400 mil dos R$ 750 mil referentes aos 15% do passe de Edílson. O Corinthians, além de assumir o salário integralmente, ficou com a dívida dos R$ 350 mil restantes, que seriam pagos em 12 parcelas.
O clube, no entanto, não honrou os comprissos, acumulando R$ 1,3 milhão -incluindo juros.
Ao jogador, a diretoria corintiana dizia que a dívida era do banco, até que Edílson se recusou a se apresentar ao time no início desta temporada. Só aí, após uma negociação com o atleta, o Corinthians assumiu que a dívida era sua.
""O Corinthians aceitou o acordo, sem o qual o banco não teria contratado o Gamarra e o Vampeta, mas depois parou de pagar o Edílson", disse o gerente de esportes do Bilbao Vizcaya, Ivan Coimbra.
O diretor remunerado de futebol do Corinthians, Luiz Henrique de Menezes, não contestou as informações do Bilbao Vizcaya, mas disse que não queria falar mais sobre o assunto.
""Já conversamos com o Edílson e vamos pagar tudo. Não gosto de tratar esse assunto em público, principalmente envolvendo salário de atleta, para não estimular a invasão de campo pelos torcedores, chamando o jogador de mercenário", afirmou ele.
Além de ter se apresentado em janeiro com uma semana de atraso, Edílson cometeu outro ato de indisciplina esta semana, faltando a dois treinos -um na terça-feira de Carnaval e outro na Quarta-Feira de Cinzas.
""Essa questão está sendo resolvida. Tive problemas particulares. Não tem nada a ver com essa dívida", afirmou o jogador.
A diretoria do Corinthians deve ainda metade do prêmio de R$ 660 mil pela conquista do Brasileiro-98, que promete pagar antes da estréia do time na Taça Libertadores, no dia 27, contra o Palmeiras.


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