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São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2003

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Durante o Paulista-03, Corinthians perdeu só três titulares por indisciplina, metade do São Paulo

Nervos distinguem os finalistas

Ormuzd Alves/Folha Imagem
O volante Fábio Simplício e o meia Ricardinho, que já foram suspensos neste Paulista por acúmulo de cartões amarelos


MARÍLIA RUIZ
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A vantagem do Corinthians na final de sábado não será só a de jogar, ao menos, por um empate para ser campeão paulista. Ao longo do torneio, os corintianos controlaram os nervos mais do que os são-paulinos e lucraram.
O São Paulo acumulou 30 amarelos e três vermelhos, enquanto o rival teve até agora 21 atletas advertidos e dois expulsos.
Por causa das suspensões, Oswaldo de Oliveira precisou mexer mais em seu time (seis titulares foram suspensos, ao menos, uma vez), prejudicando o entrosamento. Sábado, o técnico não poderá ter Gustavo Nery e Maldonado.
"O entrosamento pesa a favor deles porque futebol é repetição. Ponto para o Corinthians", disse o treinador do São Paulo.
Outro são-paulino que lamentou o fato de sua equipe perder o "fair play" para os rivais foi o zagueiro Jean, que também já esteve suspenso neste campeonato.
"Nas últimas rodadas, joguei um jogo com o Régis [Santista], dois com o Gustavo Nery [São Raimundo e Corinthians], e agora deve ser outro [Júlio Santos]. Desde que o Oswaldo chegou aqui isso acontece e é claro que não ajuda. Já o Corinthians não muda. É sempre Fábio Luciano e Anderson", afirmou o zagueiro.
E foi assim mesmo no Paulista até aqui. O Corinthians perdeu Fabinho, três amarelos e um vermelho, Leandro, terceiro amarelo no jogo de abertura das finais (está fora no sábado), e Liedson, expulso uma vez. A zaga chegou a ser advertida, mas não suspensa.
Os corintianos também fazem menos faltas. Segundo o Datafolha, eles têm média de 24,1 infrações por jogo contra 27,5 do rival.
O caso mais emblemático de indisciplina no clube do Morumbi é o de Maldonado. Além dos três amarelos que o deixam fora da final, o chileno já recebeu dois vermelhos.
Aconselhado pela diretoria, Luis Fabiano, que costuma ser um dos mais esquentados do time, procurou a ajuda de uma psicóloga. Ainda assim, o atacante recebeu um vermelho e dois amarelos. Outro exemplo de sangue quente no São Paulo é o capitão Rogério. Duas vezes o goleiro foi advertido com cartão por causa de reclamação com os juízes.
No Parque São Jorge, o caso mais célebre de autocontrole é o de Anderson. Apesar de jogar na zaga, ele não é advertido desde a segunda partida do Estadual. Desde então, jogou pendurado oito vezes e conseguiu evitar ser suspenso. "Não tive de mudar o meu jeito. Continuo jogando duro, mas sem violência", afirmou.
Seus colegas de defesa também têm sido disciplinados. O técnico Geninho só não contou com todos em todas as partidas porque o lateral Kléber se contundiu.
O zagueiro Fábio Luciano deu a receita da tranquilidade corintiana. "Levei muita bronca da minha família por causa de algumas jogadas violentas que fiz. Cansei disso. Agora as pessoas só vão me ver jogando limpo e fazendo gols", disse o capitão corintiano.


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