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escalada
Estrada é o perigo real para o Santos hoje na Bolívia
Para driblar a altitude contra o San José, time viaja 4 horas
e de madrugada em rodovia com alto índice de acidentes
Risco de fatalidade nas
"carreteras" bolivianas é
quatro vezes maior do que
nas criticadas e esburacadas
estradas federais brasileiras
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A altitude, como os 3.700 m
de Oruro, onde o Santos enfrenta hoje, às 21h50, o San José, é motivo de pânico para os
times brasileiros quando jogam
pela Libertadores na Bolívia.
Mas risco de morte real os
atletas nacionais enfrentam
mesmo nas estradas bolivianas.
Uma nova correlação de forças mandou para o interior do
país andino seus representantes na Taça Libertadores.
E localidades como Oruro e
Potosí, onde o Real local joga a
4.000 m de altura, não têm aeroportos comerciais que comportem aeronaves suficientemente grandes para conduzir
um time de futebol.
O jeito, então, é recorrer ao
ônibus para chegar a essas remotas localidades. É justamente aí que mora o perigo.
Mesmo para os padrões das
estradas federais brasileiras, as
rodovias bolivianas têm um índice de mortes assustador.
Em 2006, morreram nelas
um boliviano para cada 6.200
habitantes do país. Nas BRs,
uma pessoa para cada 27,6 mil
brasileiros perdeu a vida no ano
passado. Ou seja: o risco de
morrer nas rodovias da Bolívia
é cerca de quatro vezes maior.
E é justamente a estrada que
o Santos vai encarar hoje a mais
perigosa do país vizinho. A
"carretera" La Paz-Oruro concentra 40% dos acidentes do
país nos seus 230 km de extensão, percorridos geralmente
em quatro horas. Seu asfalto
nem é ruim, mas um trecho de
curvas cercadas de penhascos e
longas retas no meio dos Andes
com pista única são um perigo.
E o Santos vai cruzá-la de
madrugada, já que, para fugir
dos efeitos da altitude, chega a
Oruro pouco antes do jogo e a
deixa logo após o apito final.
O problema é tão grave que o
governo boliviano baixou decretos para tentar amenizar a
situação. Um deles exige a instalação de alarmes acionados
quando os ônibus ultrapassam
os 80 km/h. A falta de investimento, porém, é flagrante.
Segundo o órgão que administra as estradas bolivianas,
menos da metade dos 16 mil
quilômetros das estradas do
país não tinham problemas ontem -5% delas estavam totalmente intransitáveis.
Quem já passou por essa experiência tem lembranças
ruins. "Foi uma viagem tenebrosa. A estrada tinha muitas
curvas, era muito ruim. Muitos
jogadores passaram mal, vomitaram", diz Kléber Leite, vice-presidente de futebol do Flamengo, que no ano passado viajou pelas montanhas bolivianas
de Sucre a Potosí.
Além do perigo, as viagens
para o interior da Bolívia são
desgastantes. Contando deslocamentos aéreos e terrestres, o
Santos, que vai à liderança isolada do Grupo 6 com uma vitória hoje, vai gastar para ir e volta de Oruro cerca de 20 horas,
sem contar os atrasos, como o
de sete horas anteontem no vôo
que levou o time de São Paulo
para Santa Cruz de la Sierra.
"Não só esse atraso como o
jogo na altitude. Tudo está contra a gente. Mas essas coisas
contra nos motivam ainda
mais. Todos os jogadores darão
o máximo em busca do melhor
resultado", disse ao site do Santos o atacante Kléber Pereira.
NA TV - San José x Santos
Sportv, ao vivo, às 21h50
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