Com quase todas as receitas comprometidas, clube dispõe só de R$ 20 milhões livres no ano para pagar elenco milionário

Propostas rubro-negras para crise incluem cortes e venda de atletas, suspensão de contratos de trabalho e norma para limitar gastos

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Início de 2008. Empolgado com a vaga na Libertadores, o Flamengo faz contratações caras e monta um time para ser campeão continental. Durante o ano, intensifica o investimento para ganhar o Brasileiro. Não tem sucesso em ambos.
Início de 2009. Asfixiado pela falta de dinheiro, o clube carioca tem poucas novidades no elenco e já comprometeu a maioria de suas receitas no ano. Acumula dois meses de salário atrasados no futebol -parte será paga com empréstimo.
Em crise e sem o presidente Márcio Braga, afastado, a diretoria elabora um plano de recuperação financeira que será anunciado nos próximos dias.
Entre as propostas, estão a criação de norma similar à lei de responsabilidade fiscal (limitando gastos com pessoal), a suspensão de contratos e redução da jornada de trabalho e um corte no elenco do futebol.
O primeiro problema é cobrir o rombo neste ano. O Flamengo conta atualmente com R$ 20 milhões livres para 2009, o que é pouco. Estão comprometidas as receitas de patrocínio, material esportivo, bilheteria e parte da proveniente da TV.
Suas despesas neste ano são estimadas em R$ 115 milhões. A diferença é de R$ 95 milhões.
Para dar conta disso, a venda ou dispensa de jogadores é primordial. Corrente do clube defende redução de 50% na folha. Mas há resistência do departamento de futebol, que acena com ameaça de rebaixamento.
É a fórmula a ser escolhida que determinará o início do Flamengo em 2010.


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