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Após Copa, África do Sul já mira Olimpíada
Principal executivo do Mundial diz que país quer fazer os Jogos no continente
Danny Jordaan afirma que o Brasil precisa correr com obras de estádios e alerta que há muito a realizar
para o campeonato de 2014
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO
A África do Sul perdeu a organização da Copa-06, dá como
resolvida a Copa-10 e agora já
pensa na Olimpíada de 2020.
Quem falou desse processo
todo foi Danny Jordaan, responsável pelo Comitê Organizador do Mundial sul-africano.
"O sucesso da Copa [2010] é
um ponto importante para países em desenvolvimento. O
Brasil vai ter a Copa em 2014 e a
Olimpíada em 2016. Depois de
a Fifa dar uma Copa à África e
uma ao Brasil, o Comitê Olímpico Internacional pensou:
"Por que não?". Com uma boa
Copa, o COI vai pensar em trazer a Olimpíada para a África do
Sul em 2020", afirmou ontem o
principal executivo de 2010.
Jordaan recebeu jornalistas
sul-americanos na sede da federação sul-africana, que fica
ao lado do Soccer City, que será
o principal palco do Mundial.
"Foi um caminho longo, mas
estamos muito felizes com o resultado final, os estádios estão
prontos, só faltam ajustes. Gastamos 3 bilhões em estádios.
Não sei se teríamos feito 35 hotéis novos e melhorado aeroportos e estradas se não tivéssemos ganhado uma Copa."
Essa cifra de investimentos
em estádios, equivalente a R$
7,3 bilhões, é bem maior do que
a informada até agora pelos
sul-africanos, que falavam em
cerca de R$ 3,1 bilhões.
Jordaan não quis dizer qual
cidade sul-africana lutará pela
primeira Olimpíada do continente. "Além de Johannesburgo e Cidade do Cabo, poderia
ser Durban, onde haverá reunião do COI no ano que vem.
Os Jogos existem há mais de
cem anos e nunca chegaram à
África. Vamos esperar o que vai
acontecer no Rio [em 2016]."
O dirigente acha que o Brasil
superou um passo importante
da organização do Mundial de
2014, mas que precisa correr
com o principal: os estádios.
"O primeiro desafio ao receber uma Copa é cortar cidades.
Aqui, eram 13 e ficaram 9, com
dez estádios. No Brasil, com
desafios parecidos com os nossos, é preciso começar agora a
construção do estádios. Você
olha o Maracanã e vê muito
trabalho a fazer. Estive em Salvador, que precisa de um novo
estádio. Há muito para fazer, e
o Brasil precisa iniciar logo.
Quando se ganha um torneio,
ganha-se uma linha de tempo."
Apesar de considerar a Copa
como pronta, Jordaan diz que
não pode baixar a guarda.
"Estamos indo para a inspeção final das cidades e estamos
em boa situação. Mas hoje um
evento está bom, e amanhã
não. Greves são possíveis [nesta semana houve uma de motoristas de vans, muito comuns
em Johannesburgo], sempre
aproveitam situações em que o
mundo todo está vendo. Mas
estamos falando com os sindicatos", afirmou o sul-africano.
O dirigente minimizou as
críticas aos problemas de criminalidade e ressaltou um investimento de quase 200 milhões em segurança -há cerca de 100 mil policiais novos.
O jornalista RODRIGO BUENO viaja a
convite da Fifa
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