São Paulo, sexta-feira, 19 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após Copa, África do Sul já mira Olimpíada

Principal executivo do Mundial diz que país quer fazer os Jogos no continente

Danny Jordaan afirma que o Brasil precisa correr com obras de estádios e alerta que há muito a realizar para o campeonato de 2014

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO

A África do Sul perdeu a organização da Copa-06, dá como resolvida a Copa-10 e agora já pensa na Olimpíada de 2020.
Quem falou desse processo todo foi Danny Jordaan, responsável pelo Comitê Organizador do Mundial sul-africano. "O sucesso da Copa [2010] é um ponto importante para países em desenvolvimento. O Brasil vai ter a Copa em 2014 e a Olimpíada em 2016. Depois de a Fifa dar uma Copa à África e uma ao Brasil, o Comitê Olímpico Internacional pensou: "Por que não?". Com uma boa Copa, o COI vai pensar em trazer a Olimpíada para a África do Sul em 2020", afirmou ontem o principal executivo de 2010.
Jordaan recebeu jornalistas sul-americanos na sede da federação sul-africana, que fica ao lado do Soccer City, que será o principal palco do Mundial.
"Foi um caminho longo, mas estamos muito felizes com o resultado final, os estádios estão prontos, só faltam ajustes. Gastamos 3 bilhões em estádios. Não sei se teríamos feito 35 hotéis novos e melhorado aeroportos e estradas se não tivéssemos ganhado uma Copa."
Essa cifra de investimentos em estádios, equivalente a R$ 7,3 bilhões, é bem maior do que a informada até agora pelos sul-africanos, que falavam em cerca de R$ 3,1 bilhões.
Jordaan não quis dizer qual cidade sul-africana lutará pela primeira Olimpíada do continente. "Além de Johannesburgo e Cidade do Cabo, poderia ser Durban, onde haverá reunião do COI no ano que vem.
Os Jogos existem há mais de cem anos e nunca chegaram à África. Vamos esperar o que vai acontecer no Rio [em 2016]."
O dirigente acha que o Brasil superou um passo importante da organização do Mundial de 2014, mas que precisa correr com o principal: os estádios.
"O primeiro desafio ao receber uma Copa é cortar cidades.
Aqui, eram 13 e ficaram 9, com dez estádios. No Brasil, com desafios parecidos com os nossos, é preciso começar agora a construção do estádios. Você olha o Maracanã e vê muito trabalho a fazer. Estive em Salvador, que precisa de um novo estádio. Há muito para fazer, e o Brasil precisa iniciar logo.
Quando se ganha um torneio, ganha-se uma linha de tempo."
Apesar de considerar a Copa como pronta, Jordaan diz que não pode baixar a guarda.
"Estamos indo para a inspeção final das cidades e estamos em boa situação. Mas hoje um evento está bom, e amanhã não. Greves são possíveis [nesta semana houve uma de motoristas de vans, muito comuns em Johannesburgo], sempre aproveitam situações em que o mundo todo está vendo. Mas estamos falando com os sindicatos", afirmou o sul-africano.
O dirigente minimizou as críticas aos problemas de criminalidade e ressaltou um investimento de quase 200 milhões em segurança -há cerca de 100 mil policiais novos.


O jornalista RODRIGO BUENO viaja a convite da Fifa


Texto Anterior: Bate-papo: Couto comenta deboche nos gramados
Próximo Texto: No Brasil: Ex-capitão e chefe de marketing saem à caça de turistas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.