|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nova liga, pró-Cuba, convoca 3 brasileiros
Iniciativa revolucionária sai do papel para evitar deserções no amadorismo
Série Mundial, em sistema de franquias como a NBA, permite que atletas ganhem bolsas, lutem sem capacete e participem de Olimpíadas
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois brasileiros foram contemplados com o melhor de
dois mundos nos ringues: boxearão sob as regras do profissionalismo, receberão bolsas
em dinheiro por isso e não precisarão abrir mão da possibilidade de disputar a Olimpíada.
A criação da Série Mundial
representa uma reação da Associação Internacional de Boxe
Amador ao esvaziamento do
amadorismo. Dirigentes se viram acuados com a passagem
precoce de pugilistas ao boxe
profissional (pago) e a deserção
de atletas cubanos, seduzidos
pelas polpudas bolsas em dólar.
Também será uma forma de
atrair o público de volta para as
programações de boxe amador,
tornando os duelos mais dinâmicos e também dramáticos.
A competição funcionará em
sistema de franquias como o da
NBA, com consórcios formando e controlando suas equipes.
Os lutadores Yamaguchi Falcão (até 75 kg) e Everton Lopes
(até 60 kg) e o treinador Leandro ""Zulu" Braga foram chamados a participar do draft do torneio, que acontecerá em Baku,
em meados do próximo mês.
Na capital do Azerbaijão, os
atletas participarão de combates, o que propiciará a empresários e investidores a oportunidade de observar os pugilistas
para formar as suas equipes.
Antes, embarcam em 8 de
abril para a Itália, onde participarão de testes conduzidos pela
Aiba, incluindo exames médicos, já que a partir de agora estarão sem capacetes protetores, camisetas e atuarão sob regras que valorizarão a potência
dos golpes, e não só os toques.
Pelas lutas que farão em Baku, Falcão e Lopes receberão
cerca de US$ 3.000 cada um, a
Folha apurou. Os salários
anuais chegam a US$ 40 mil,
com porcentagem dada à Confederação Brasileira de Boxe.
""Nem esperava ser o primeiro brasileiro a ser convocado
[para a Série Mundial]", disse
Yamaguchi Falcão, prata no
Pan do México-09, durante
treino da seleção brasileira de
boxe no clube-escola Santo
Amaro. ""Acho que é porque
meu estilo se adapta ao dos profissionais. Sei ser agressivo
uma hora e técnico na outra."
Há dois finais de semana, o
chinês Ho Kim, diretor da Aiba,
desembarcou no Brasil para
conversar pessoalmente com
Falcão e ""bater o martelo".
O chinês quis conhecer melhor Falcão e explicar para ele a
importância da Série Mundial
para a Aiba e o futuro do boxe.
Posteriormente, a Aiba definiu a participação de Lopes e
também do treinador Braga.
""Isso [o convite aos três brasileiros] demonstra que a Aiba
reconhece a evolução do pugilismo brasileiro", festeja Mauro Silva, presidente da Confederação Brasileira de Boxe.
Texto Anterior: Xico Sá: Que lástima! Próximo Texto: Frase Índice
|