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Futebol de resultado é cara do Brasil na Libertadores
País deve ter recorde de times nas oitavas e Goiás pode bater marca defensiva, mas ataques vão mal
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Recorde de inscritos na fase de
grupos e chance grande de repetir
a dose nas oitavas-de-final. Mas
tudo isso com um estilo distante
do que tornou o futebol brasileiro
famoso. Antes da semana decisiva
da fase de grupos da Taça Libertadores-2006, os seis clubes do Brasil na competição sobrevivem
com um estilo precavido.
Goiás, Palmeiras e São Paulo já
estão classificados. Só uma improvável combinação de resultados eliminaria o Internacional
ontem, depois do fechamento
desta edição, mesma situação vivida pelo Corinthians hoje. Apenas o Paulista de Jundiaí chega na
rodada derradeira sem depender
das próprias forças para avançar.
Até hoje o Brasil nunca teve
mais do que quatro clubes nas oitavas-de-final da Libertadores.
Nesta edição, nenhum dos seis
representantes brasileiros fez do
seu ataque um destaque do torneio. Tanto que, antes dos jogos
de ontem, nenhum clube do país
estava entre os seis ataques mais
produtivos. Situação bem diferente da Libertadores na sua era
inchada (iniciada em 2000). No
ano passado, por exemplo, o Santos foi o time mais goleador -balançou as redes 18 vezes. O São
Paulo ficou logo atrás, com 16.
Mas na defesa o Goiás tem
chance de fazer história. Depois
de cinco rodadas, o time do Centro-Oeste, que disputa a competição continental pela primeira vez,
só foi vazado uma vez na fase de
grupos. Se novamente sua retaguarda não for superada hoje,
contra os chilenos do Unión Española, a equipe comandada pelo
técnico Geninho irá bater um recorde. Nunca um time brasileiro
terminou os seis jogos da fase de
grupos com só um gol sofrido.
Só que o Goiás marcou apenas
sete gols no atual estágio da Libertadores e também vai mal na artilharia nos campeonatos domésticos. "Nossos jogadores tentaram
criar, mas nem sempre conseguem acertar", lamenta Geninho,
que em 2003, com o Corinthians,
também foi bem na fase de grupos, porém caiu nas oitavas.
O Inter tinha sofrido apenas
quatro gols até ontem -foram
dois em três jogos como visitante.
"Na Libertadores, é fundamental
jogar com inteligência fora de casa", disse o técnico Abel Braga.
Abaixo da média
Com times fortes na defesa e fracos ou razoáveis no ataque, o futebol brasileiro faz jogos com bem
menos gols do que a média da Libertadores e de outros países.
Nas 31 partidas envolvendo
agremiações do Brasil até ontem,
a média de gols ficou em 2,52,
contra 3,20 nas demais partidas.
O Goiás, com média de 1,6 gol nas
suas apresentações, tem os jogos
em que a rede menos balança.
Comparado com o que aconteceu no ano passado, fica clara
também a postura menos ofensiva dos representantes nacionais
na Libertadores. Em 2005, as partidas das equipes do país na fase
de grupos teve média de 3,64 gols
por confronto.
Enquanto o Brasil faz sucesso
com um futebol menos ofensivo,
a Argentina, cujos times protagonizam jogos com mais de três gols
de média, vive situação mais difícil. É verdade que o Vélez Sarsfield confirmou ontem a melhor
campanha da fase (16 pontos),
mas o Rosário Central já está eliminado -e Newell"s Old Boys e
River Plate correm risco idêntico.
Se isso acontecer, só dois dos
cinco argentinos passariam às oitavas-de-final desta edição.
Pelo atual regulamento da Libertadores, a rodada derradeira
da fase de grupos ganha importância pelo emparceiramento das
oitavas-de-final, que é feito de
acordo com o desempenho dos
primeiros e segundos colocados
de cada uma das chaves.
Assim, é possível a realização de
confrontos locais, como Vélez x
River e Goiás x São Paulo, já na
próxima fase, que começa na semana que vem.
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