São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

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escala olímpica

Time feminino joga futuro diante de fãs

Na China, onde seleção tem legião de simpatizantes desde a Copa de 2007, Brasil disputa contra Gana vaga em Pequim-08

Além de já se sentirem adaptadas ao fuso horário, atletas do treinador Jorge Barcellos esperam ver torcida apóia-las como no Mundial

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

A seleção brasileira feminina de futebol joga hoje em Pequim a partida "que define o futuro do futebol feminino no país", de acordo com o treinador Jorge Barcellos, mas como se estivesse em casa. No confronto com Gana, estará em jogo uma vaga para a Olimpíada na capital da China, país que é fã das jogadoras brasileiras.
O jogo acontece às 19h45 de Pequim, 8h45 de Brasília, no estádio dos Trabalhadores, inaugurado em 1959 por Mao Tsé-Tung para comemorar a primeira década da Revolução Comunista -a arena foi reformada para os Jogos.
No ano passado, a equipe nacional chegou à final do Mundial da modalidade, disputado na mesma China, apresentando um futebol atraente, e Marta, em especial, mostrou vasto repertório de jogadas de efeito, o que deve render um bom número de torcedores e torcedoras hoje para o Brasil.
Apesar do apoio vindo das arquibancadas, a seleção feminina perdeu a decisão para a Alemanha (2 a 0) no Mundial chinês. Depois de ficar com o vice-campeonato em Xangai, as brasileiras sabem que não podem perder desta vez.
"A equipe vê esse jogo como uma final", disse a atacante Marta, estrela do time, à Folha, no treino de ontem, no estádio dos Trabalhadores, palco da decisão. "Nosso objetivo é a futura medalha para o Brasil."
Na Olimpíada de Atenas, em 2004, o Brasil acabou com a medalha de prata.
Ao contrário da seleção masculina, Gana não é vista como uma rival forte. No ranking da Fifa, o Brasil é a quarta seleção, enquanto a Gana é a 45ª. O país africano não passou da primeira fase no Mundial de 2007.
O Brasil só chegou à repescagem na disputa pela vaga porque não venceu o Sul-Americano, que valia como qualificatório para os Jogos. Com time recheado de reservas, perdeu para a Argentina por 2 a 0.
Outro motivo para o Brasil se sentir em casa hoje é a adaptação rápida das jogadoras à China. O técnico Jorge Barcellos afirma que as atletas estão preparadas, pois chegaram a Pequim na terça-feira -saíram do Brasil no domingo.
"Não tem fuso horário para elas. Dormimos boa parte da viagem, chegamos de madrugada, às 5h, e ficamos acordados o dia inteiro. Treinamos para que as jogadoras pudessem dormir na noite chinesa", afirmou o treinador.
A zagueira Aline disse que as atletas não esperavam o clima seco de Pequim, mas que já se aclimataram. Marta, Cristiane e Daniela Alves, algumas das principais estrelas da seleção, uniram-se ao grupo por último -elas atuam no futebol sueco. Seis das 18 jogadoras brasileiras jogam no exterior.
A maioria das jogadoras da seleção brasileira se preparou na Granja Comary, em Teresópolis, durante 25 dias para o confronto de hoje.


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