São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

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Muricy culpa cartolas por tensão

Técnico critica discussão entre dirigentes de São Paulo e Palmeiras e quer que time evite polêmicas

Marco Aurélio Cunha pede desculpas para não acirrar ânimos da semifinal, mas diz que Luxemburgo cria animosidade contra o clube

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Muricy Ramalho estava ontem em um de seus dias mais ácidos. E, ao ser indagado sobre os riscos de conflito de torcedores no clássico de amanhã entre Palmeiras e São Paulo, no Parque Antarctica, assumiu uma expressão de preocupação.
"Os dirigentes estão falando demais, e eu tenho que vir aqui arrumar as coisas", disse ele, quando um repórter de TV pediu que ele proferisse uma mensagem de paz.
"E aí ninguém sabe o que pode acontecer. Pode acontecer qualquer coisa. Eu fico quieto, porque falar demais atrapalha. E peço aos jogadores que não entrem nesse clima."
A declaração se refere especificamente à troca de farpas entre Toninho Cecílio, gerente do Palmeiras, e Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol do São Paulo. A discussão começou com Toninho, que se referia a uma suposta pressão feita por Marco Aurélio sobre a arbitragem da primeira semifinal, vencida pelo São Paulo.
Tal pressão, na ótica de Toninho, teria levado Paulo César de Oliveira a favorecer o São Paulo e validar o gol de mão marcado por Adriano.
"Tem muita gente falando muito e criando um clima de guerra, quando, na verdade, quem tem que aparecer é o jogador. É apenas um jogo de futebol, mas querem transformar isso em algo maior", disse Muricy. "Deixem o espaço para o jogador aparecer."
Dentro do CT da Barra Funda, o "puxão de orelhas" acabou tendo resultados. O superintendente Marco Aurélio Cunha admitiu que a discussão pode ser mal-entendida pelos torcedores e ter repercussões na movimentação dentro e fora do Parque Antarctica.
"O Muricy está certíssimo. Só retruquei porque disseram coisas que não havia feito. Deixei o primeiro clássico transcorrer sem fazer qualquer pressão", afirma o superintendente.
Marco Aurélio justificou suas respostas criticando o que vê como um sistema de rivalidades criado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.
"Aonde o Vanderlei vai, ele parece gostar de criar essa animosidade com o São Paulo, por alguma coisa que o São Paulo tenha feito melhor, e o Toninho parece ter caído nessa. No Santos, ele fazia isso e está fazendo no Palmeiras", disse Marco Aurélio, que reafirmou não ter nada contra o gerente do Palmeiras. No fim, desculpou-se.
"É um clima absolutamente indesejável. Tenho muitos amigos no Palmeiras com quem eu não gostaria de ser deselegante. Peço desculpas a cada palmeirense que se sentiu ofendido com algo que eu tenha dito."
Procurado pela Folha, Toninho Cecílio não foi encontrado em seu telefone celular.
Enquanto isso, Muricy tenta dar espaço aos seus jogadores. Ontem o técnico declarou que não definiu o time que terá a tarefa de manter a vantagem obtida nos 2 a 1 do Morumbi.
As dúvidas ficam no meio-campo, devido às ausências dos suspensos Richarlyson e Zé Luis. Fábio Santos entra numa das vagas; o que não se sabe é se Jorge Wagner jogará no meio (com Júnior) ou como ala (com Hugo). No ataque, Borges e Dagoberto disputam uma vaga ao lado de Adriano.


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