São Paulo, domingo, 19 de maio de 2002

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FUTEBOL

Ronaldinho marca dois e Denílson dribla, enquanto Ronaldo bate recorde de impedimentos contra a Catalunha

Trio ofensivo varia do encanto à timidez

DOS ENVIADOS A BARCELONA

Um marcou dois gols e novamente salvou a equipe. O outro, com seus dribles, serviu muito bem os companheiros. Já o último, o mais famoso da turma, ficou 69 minutos em campo sem produzir praticamente nada.
No trio ofensivo da seleção brasileira na vitória de 3 a 1 sobre a Catalunha, o atacante Ronaldo foi a grande decepção.
Enquanto Ronaldinho e Denílson monopolizaram os melhores momentos do time, o jogador da Inter de Milão mais atrapalhava do que ajudava -sua única boa jogada foi um passe para uma bela finalização ao atacante do Betis.
Segundo os números do Datafolha, Ronaldo teve sua performance no time nacional menos produtiva desde que voltou ao time, em amistoso contra a Iugoslávia, no final de março.
Sem ritmo, ele foi o principal responsável pelo time marcar um recorde negativo na era Scolari.
Quase sempre atrasado, ficou cinco vezes impedido (a média da seleção brasileira na gestão do atual treinador é de apenas dois fora de jogo por partida).
Conseguiu finalizar apenas duas vezes, ambas erradas (em uma delas, a bola saiu perto da bandeira do escanteio). Nos jogos contra Iugoslávia e Portugal, mesmo jogando apenas 45 minutos em cada confronto, finalizou sete vezes, com precisão de 71%.
"Estou satisfeito. Achei que fui bem", disse o jogador da Inter, negando que tenha jogado mal.
Sem poder contar com Ronaldo, o Brasil se salvou no jogo de ontem graças à habilidade de Ronaldinho e Denílson, já que Emerson e Kleberson, que jogou no lugar de Gilberto Silva, pouco ajudavam na ligação entre defesa e ataque (no primeiro tempo, a dupla não conseguiu fazer um lançamento sequer).
Até marcar o primeiro gol, aos 22min, o time de Scolari era pior do que a Catalunha, que não disputa competições oficiais.
Com Cafu em dia pouco inspirado, errou todos os quatro cruzamentos que tentou, os sul-americanos precisaram de um lance de bola parada para inaugurar o placar. Em cobrança de falta perfeita, Ronaldo marcou.
O jogador do Paris Saint-Germain se revezava com Denílson para envolver os desentrosados zagueiros catalães.
A dupla, segundo o Datafolha, foi responsável por praticamente todos os bons momentos ofensivos do Brasil. Dos 21 dribles da equipe, 15 foram dos dois. Das 11 finalizações, nada menos do que seis foram de autoria de Ronaldinho, que jogou com a camisa dez, e Denílson, que só começou a partida devido aos problemas físicos de Rivaldo. Outros desfalques foram o zagueiro Lúcio, também machucado, e o lateral Roberto Carlos, poupado.
Foi em uma jogada individual que os visitantes ampliaram o placar. Aos 45min, Ronaldinho se livrou de um defensor, avançou e tocou na saída do goleiro. Nos últimos dois jogos da seleção, ele marcou três vezes.
Scolari voltou para o segundo tempo com a mesma formação, mas o time não manteve o ritmo da etapa inicial e mostrou deficiências na defesa.
Em um cruzamento, aos 18min, García cabeceou livre, Marcos espalmou de forma atrapalhada e a bola acabou entrando e garantindo o gol de honra da seleção da Catalunha.
A partir desse momento, com a ajuda das substituições, o ritmo da partida diminuiu bastante. Aos 24min, Scolari sacou Ronaldo e Ronaldinho, que deixaram o campo sob os aplausos da torcida.
Mesmo desfigurado, o Brasil teve forças para fazer o terceiro. Na sobra de um rebote adversário, o zagueiro Edmílson, aos 31min, chutou da entrada da área para fechar o placar. (FÁBIO VICTOR, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)


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