São Paulo, domingo, 19 de maio de 2002

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Ronaldo decepciona, Ronaldinho resolve

Com dupla Ro-Ro pela metade, Brasil vence Catalunha por 3 a 1, mas mostra que não está pronto

FÁBIO VICTOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL


ENVIADOS ESPECIAIS A BARCELONA

Só metade da esperança brasileira na Copa apareceu ontem. Na vitória por 3 a 1 sobre a seleção da Catalunha, no penúltimo amistoso antes do Mundial-2002, a seleção mostrou que não tem um time pronto para a competição, mas foi salva por Ronaldinho, 22, que fez dois gols e foi o destaque do time de Luiz Felipe Scolari.
Ronaldo, a outra esperança, a outra metade da nova dupla Ro-Ro, esteve apagado na partida e fez sua pior atuação pela seleção desde que voltou aos gramados, há quase dois meses, exatamente num jogo em que mostrou ótimo entrosamento com seu homônimo. O jogador da Inter foi o brasileiro mais saudado pelos catalãos que lotaram o Camp Nou, em Barcelona, mas não correspondeu ao carinho -fez apenas uma boa jogada no primeiro tempo.
Já Ronaldinho, que Scolari pretende usar na Copa como jogador de ligação entre o meio-campo e o ataque, atuou ontem mais avançado que nas últimas partidas e criou, ao lado de Denílson, as melhores chances e as jogadas mais bonitas. Fez um gol de falta e outro dando um leve toque na saída do goleiro. Denílson teve uma rara boa atuação sendo escalado desde o início de um jogo.
Mas, além dos lances de efeito, o que ficou do jogo, em que o Brasil atuou de azul, a cor da sorte de seu treinador, foi a constatação de que, a 15 dias da estréia na Copa, Scolari não tem um time ordenado, ainda que ontem tivesse um "álibi" -o desfalque de Rivaldo, Lúcio e Roberto Carlos.
Para os catalães, com alguns bons jogadores, a partida serviu mais para dar vazão a causas nacionalistas -uma bandeira da Espanha foi queimada na arquibancada- que para entrosar uma seleção que, fosse a melhor do mundo, não iria à Copa. Não é reconhecida oficialmente.



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