São Paulo, domingo, 19 de maio de 2002

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AUTOMOBILISMO

Sistema de proteção dos muros da pista oval de Indianápolis minimiza impacto causado pelos acidentes

Barreira vira nova vedete das 500 Milhas

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

A uma semana das 500 Milhas de Indianápolis, a prova mais tradicional do automobilismo americano, a maior vedete do evento é uma barreira de proteção.
Desenvolvida desde 1998 por técnicos da IRL (Indy Racing League), da Nascar -a stock car dos EUA- e da Universidade de Nebraska, a Safer, como foi batizada, tem como função minimizar o impacto causado pelas batidas no oval de Indianápolis, onde os carros ultrapassam os 360 km/h.
Desde o último dia 5, quando as equipes entraram pela primeira vez na pista para treinar, a barreira já "livrou a cara" de vários pilotos, entre eles o brasileiro Bruno Junqueira, que larga na pole na 86ª sexta edição da corrida.
Além dele, Robby McGehee, PJ Jones, Mark Dismore e George Mack também já testaram a eficiência do novo sistema, cujo princípio é bem simples.
Feitos de tubos de aço unidos, os módulos são posicionados paralelamente ao muro das curvas -os pontos mais críticos do circuito- apoiados em várias camadas de espuma, cuja função é amortecer o impacto das batidas.
"O desafio maior é que nós precisávamos criar uma barreira forte o suficiente para absorver um grande impacto e ainda assim manter sua integridade para que a corrida pudesse prosseguir sem atrasos ou com pequenos reparos", explica Dean Sicking, da Universidade de Nebraska, um dos mentores do projeto.
No total, mais de 1,3 km de barreiras foram instaladas no Indianapolis Motor Speedway, cuja extensão é de 2,5 milhas -cerca de 4 km. Cada uma das quatro curvas do circuito oval recebeu pouco mais de 320 m do novo sistema de absorção de impacto.
Os custos para a instalação da Safer são relativamente baixos. Cada 30,5 cm da barreira custam US$ 175. Em Indianápolis foram gastos cerca de US$ 740 mil (aproximadamente R$ 1,8 milhão).
Os pilotos aprovaram a adoção das novas barreiras. "Segurança em primeiro lugar. Estou feliz por terem inventado alguma coisa para nos proteger", diz Hélio Castro Neves, da Penske, vencedor das 500 Milhas em 2001. "Agora estão melhorando a segurança das pistas e não só dos carros."
"Espero não experimentar", brinca Tony Kanaan, que corre na Indy, na equipe Mo Nunn, e participará da prova neste ano.
Segundo os inventores da Safer, o objetivo agora é instalar as barreiras em outras pistas nos EUA.
Quanto ao uso em outras categorias do automobilismo, isso vai depender da aprovação das respectivas entidades responsáveis.
Tony George, proprietário do Indianapolis Motor Speedway já afirmou que sua intenção é deixar as barreiras no circuito para o GP dos EUA de F-1, em setembro, e para a Brickyard 400, da Nascar.



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