São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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PAINEL FC

Chifre em cavalo
Perplexo com a eliminação do Rio, Agnelo Queiroz elaborou teoria conspiratória. Para o ministro, como a cidade era uma das mais fortes aspirantes, tirá-la agora seria mais fácil, pois só dez membros do Comitê Executivo votaram. Ignorou que é na fase final, com 125 votantes, que a parte política pesará.

Só na intenção
Apesar de reconhecer que pretendia publicar anúncio comemorativo à classificação do Rio em jornais, a Secom (Secretaria de Comunicação de Governo) diz que não jogou trabalho fora. Alega que a peça só seria produzida após a decisão.

Gato escaldado
O secretário da Juventude, Esporte e Lazer de SP, Lars Grael, ponderou que antes do lançamento de nova postulação valeria refletir sobre o fato de o Brasil nunca passar do crivo técnico. Defende ""ampla discussão e que o presidente do COB, em sua sabedoria, também avalie isso". O comitê já fala em 2016.

Consolo dos aflitos
Ao defender a qualidade da pré-candidatura carioca e imputar à violência o ônus da eliminação, Cesar Maia foi longe: disse que, caso o projeto não fosse bom, a tocha olímpica não passaria pelo país e as consultorias internacionais não teriam desprezado outras candidatas para trabalhar para o Rio.

Eu te disse
A ex-secretária municipal de Esporte de São Paulo, Nádia Campeão, não parou de atender o telefone ontem. Seus interlocutores afirmavam que a eliminação confirmava que a escolha do COB entre Rio e São Paulo não seguiu critérios objetivos.

Derrota democrática
Campeão, que deixou a pasta para se candidatar a vereadora, viu um lado positivo na derrota: impediu o Rio, que terá o Pan-07, de ser o único pólo esportivo do país nos próximos anos.

Sem bônus
O COB esperava ganhar de duas a quatro credenciais extras para Atenas-2004, às quais teria direito caso a candidatura do Rio fosse confirmada. Ao menos para uma delas o comitê já tinha destino certo: o presidente Lula.

Voz dissonante
Em um momento em que o mantra virou "a eliminação do Brasil foi uma grande perda", o nadador Eduardo Fischer pôs a derrocada do projeto sob nova perspectiva. "É chato, mas acredito que o Brasil tem problemas maiores para resolver."

Ausência
Fora da festa do centenário da Fifa devido a problema no olho, Pelé será homenageado amanhã. Receberá o título de "Jogador e Personalidade do Futebol", ao lado de Franz Beckenbauer. João Havelange será condecorado como o melhor dirigente da história da Fifa.

Onipresente
No guia para a imprensa de Brasil x França distribuído pela CBF, ninguém ganhou mais espaço do que Ricardo Teixeira, que aparece em oito fotos. Alguns textos destacam as ""obras sociais" da CBF e também seu ex-sogro, João Havelange.

Tratamento VIP
Luiz Zveiter, presidente do STJD, foi a Paris. Não no avião que levou os convidados da CBF/Fifa, mas em vôo de carreira. Foi privilegiado, porém, ao furar a fila da imigração.

Tarde demais
Foi confirmada a revogação da decisão que garantia a quatro torcedores o pagamento de R$ 10 por ingressos do Paulista, e não os R$ 20 oficiais. Apesar de o Estadual ter acabado, a FPF avalia que isso demonstra que não terá mais limitado o poder de estipular preço de ingressos.

E-mail: painelfc.folha@uol.com.br

DIVIDIDA

De Júlio Filgueira, sucessor de Nádia Campeão como secretário de Esporte, ao ironizar a frase de Cesar Maia quando o Rio bateu São Paulo para ser o postulante brasileiro aos Jogos-12:
- Acho que agora ele viu que beleza não era a única coisa fundamental. Também tinha a infra-estrutura e todos aqueles outros itens exigidos pelo COI.

CONTRA-ATAQUE

Amor à primeira vista

Não é de hoje que o técnico Cuca, do São Paulo, tem bronca de Diego Tardelli, reintegrado recentemente ao time principal.
Pouco antes de dirigir o São Paulo, o treinador comandou uma seleção de atletas contra um combinado de jogadores dos grandes times paranaenses. Tardelli, que jogaria no time de Cuca, não levara chuteira. O técnico, então, lhe emprestou sua chuteira azul, de estimação.
Tardelli entrou no segundo tempo, quando a partida estava empatada por 2 a 2. No final do jogo, pênalti para o time de Cuca. Tardelli cobrou e errou.
O jogo terminou empatado. Nos vestiários, após a partida, Cuca, irritado, pediu as chuteiras ao atacante.
Tardelli disse que as havia esquecido no banco de reservas e voltou para pegá-las, mas não mais as encontrou.


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