|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAIBA MAIS
Escolha da sede é política, mas corte é técnico
DA REPORTAGEM LOCAL
O corte feito pelo Comitê
Executivo do COI reflete, tais e
quais, as recomendações técnicas do grupo de trabalho que
avaliou as aspirantes.
O relatório que embasou a
decisão selou o caixão carioca
ao sentenciar: "O grupo de trabalho concluiu que Leipzig, Istambul, Havana e Rio de Janeiro não têm neste momento a
capacidade necessária para receber os Jogos de 2012".
Dentro do esquema de escolha das sedes de cada Olimpíada, a discussão política se faz
sentir de verdade na decisão final, quando todos os 125 membros do COI podem votar. Essa
etapa ocorrerá no ano que vem.
O que aconteceu até ontem
foi uma avaliação calcada em
informações dadas pelas cidades. A isso, o comitê agregou
alguns outros dados, como
pesquisas independentes de
opinião pública e a avaliação
que uma agência de risco, a
Moody's, faz das finanças dos
países envolvidos.
Para analisar os quesitos do
questionário, o COI recorreu a
uma ferramenta chamada "lógica fuzzy" (difusa). Desenvolvida nos anos 60 por um professor da Universidade da Califórnia, ela considera matematicamente o grau de incerteza de
uma informação.
Um exemplo, tirado do relatório de ontem: o Rio estimou
que seu Comitê Organizador
poderia arrecadar US$ 835 milhões com patrocínios e vendas
de ingressos e produtos.
À primeira vista, o número
não haveria de motivar grande
preocupação -é muito próximo ao de Madri (US$ 842 milhões), que teve a candidatura
aceita. O problema é que, dadas
as diferenças entre Brasil e Espanha, o COI considerou a previsão brasileira "otimista", e a
espanhola, "viável".
Por causa disso, o relatório
atribuiu grande incerteza à
proposta financeira do Rio.
Dentro da "lógica fuzzy", a cidade teve 3,8 como nota mínima e 6,7 como máxima. Ou seja: se a previsão brasileira se
realizasse, o Rio estaria apto
(no aspecto financeiro) a ser
sede, já que a máxima supera a
nota de corte (6). Mas o comitê
considera como cenário mais
provável o de uma arrecadação
inferior -e insuficiente.
Texto Anterior: Prefeitura troca acusações com governo do RJ Próximo Texto: Trechos Índice
|