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OLIMPÍADA
Dirigentes ficam perplexos com eliminação do Rio; ministro se revolta e ataca projetos de Nova York e Moscou
Para o COB, "foi chuveirada de água fria"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não foi um balde de água fria,
foi uma chuveirada completa."
Assim reagiu Marcus Vinícius
Freire, coordenador técnico do
Comitê Olímpico Brasileiro, ao
saber que a candidatura do Rio
havia sido recusada pelo COI.
O dirigente disse que não passava por sua cabeça a cidade não figurar entre as finalistas.
"O anúncio nos pegou de surpresa. Pela primeira vez apresentamos um projeto que correspondia ao que queria o movimento
olímpico brasileiro e que tinha o
apoio das autoridades locais. A
candidatura anterior [para os Jogos-2004] era mais política do que
um projeto do COB. Poderíamos
ser eliminados na parte final, mas
não agora", desabafou Freire.
Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, considerou que os
atrasos nas obras em Atenas, sede
dos próximos Jogos, podem ter
pesado contra o projeto.
"Talvez tenham prejudicado a
intenção de um país em desenvolvimento. Mas para nós foi uma
surpresa e um desapontamento",
analisou o presidente do COB.
Para o dirigente, a derrota é
uma lição a ser aprendida. "Ganhar e perder fazem parte do jogo. Paris, por exemplo, já perdeu
três vezes", afirmou Nuzman, referindo-se à capital francesa, que
se classificou para a eleição final.
Membro do COI, Nuzman disse
que não iria polemizar com as cidades que passaram para a fase final do processo de seleção e que
respeitava, ""com espírito esportivo", a decisão contrária ao Rio.
"O comitê faz uma análise objetiva do que é melhor para os Jogos
Olímpicos antes de tomar decisões como a de hoje [ontem]. Somos um continente novo, com dificuldades, temos que saber esperar", completou Nuzman, lembrando que a América do Sul
nunca abrigou uma Olimpíada.
Se o dirigente preferiu não criticar as rivais aprovadas pelo COI, o
mesmo não fez o ministro Agnelo
Queiroz (Esporte), que, como
Nuzman, estava em Lausanne.
"Nova York tem problemas de
segurança mais sérios do que os
do Rio, e Moscou teve a candidatura aceita mesmo com problemas técnicos mais graves do que
os nossos. Por isso deduzo que a
decisão foi política. Foi uma decisão que praticamente definiu
uma cidade européia como sede."
Para Leonid Tiagachov, que comanda o Comitê Olímpico Russo,
críticas como as feitas pelo ministro brasileiro são inócuas.
"A mensagem do COI foi clara:
apenas as cidades que têm condições de receber os Jogos Olímpicos sobreviveram. É um princípio
esportivo claríssimo", disse ele.
Em nota oficial, o Queiroz declarou que "o Brasil inteiro estava
se empenhando para fazer um belíssimo evento em 2012, como
certamente será o Pan de 2007".
O porta-voz da Presidência, André Singer, afirmou ontem que o
"presidente Lula considera que o
Rio reúne todas as condições necessárias para sediar os Jogos
Olímpicos e está seguro de que,
por ocasião do Pan de 2007, o Rio
dará uma demonstração inequívoca de que sabe como organizar
um grande evento internacional".
Com agências internacionais
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