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JOSÉ GERALDO COUTO
Façam suas apostas
Início de Brasileirão convida à futurologia; o Corinthians, por exemplo, será rebaixado ou lutará pelo título?
NÃO, NÃO vou falar da Timemania, essa pouca vergonha
que premia o descalabro administrativo dos clubes com o dinheiro dos crédulos apostadores.
O assunto é outro: os palpites sobre as chances de cada time no Brasileirão que está começando. A gente sabe que não dá para prever muita
coisa, sobretudo no volúvel futebol
brasileiro dos tempos que correm,
mas, mesmo assim, a cada início de
campeonato, dá aquela coceira para
brincar de futurologia.
Um exemplo é o "Guia 2007 do
Brasileirão" recém-publicado pela
revista "Placar". Na alentada edição,
que traz as fichas de todos os jogadores e os técnicos dos clubes das séries A e B, além de tabelas, rankings,
curiosidades e estatísticas, estão os
tradicionais e arriscados palpites sobre as perspectivas de cada time.
Os 20 clubes da primeira divisão
estão divididos, de acordo com as
chances que lhes atribui a revista,
em quatro categorias: "Candidato ao
rebaixamento", "De olho na Sul-Americana", "Rumo à Libertadores"
e "Chances de título".
Os candidatos ao título, por exemplo, seriam Santos, São Paulo, Botafogo, Grêmio e Inter. Até aí, tudo
bem. O maior potencial de polêmica
está nos rotulados de rebaixáveis:
Corinthians, Vasco, Figueirense, Juventude, Náutico e América-RN.
Corintianos e vascaínos se sentirão feridos em seus brios, claro, mas
tenho a impressão de que quem tem
mais razão de chiar são os torcedores do Figueirense. Já em 2006 o
clube foi tachado de candidato ao
descenso e acabou o ano em sétimo
lugar, à frente, por exemplo, do Corinthians, que tinha "chances de título". Ora, se nesta semana, pela Copa do Brasil, o clube catarinense
anulou e venceu com folga o Botafogo (que tem "chances de título"), é
sinal de que não é assim tão fraco.
O elenco é mais do que razoável e,
depois que o treinador Mário Sérgio
assumiu, o time se acertou. Se não
houver grande acidente de percurso,
o Figueirense é clube para disputar
vaga na Sul-Americana ou até na Libertadores. Até porque, ao contrário
dos "grandes", está menos sujeito a
sofrer graves perdas no meio do ano,
já que não conta com estrelas.
Não estou movendo aposta particular contra a "Placar", muito menos criticando a revista por arriscar
palpites. Como disse, fazer prognósticos é uma tentação irresistível, e há
uma demanda de leitores/torcedores por eles. Mas ninguém deve levar as previsões muito a sério, principalmente no país da surpresa e do
improviso em que vivemos.
A VOLTA DO PAGODEIRO
Com sua simpatia e seu humor
gaiato, o filho pródigo Vampeta deve melhorar bastante o astral do
Parque São Jorge. Dentro de campo, cabe esperar para ver o que renderá um atleta de 33 anos que está
há um ano sem jogar e cujo futebol
depende muito do preparo físico.
Os filmes anteriores da série (Marcelinho, Rincón, Ricardinho) não
foram muito animadores.
BOLA DE OURO
Já que falamos de palpites prematuros, meu candidato para ser o
craque deste Brasileirão é Dagoberto, do São Paulo. Poucos jogadores conjugam como ele rapidez, habilidade e inteligência em alto grau.
E torço para que o redivivo Dodô,
do Botafogo, seja o artilheiro.
jgcouto@uol.com.br
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