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Atletismo fica a pé em SP perto do Mundial
Pista do Ibirapuera será fechada para reformas
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Sandro Viana limpa o suor logo após deixar a pista do estádio
do Engenhão, no GP do Rio de
atletismo, anteontem. No caminho ao vestiário, olha o tempo acumulado nas duas baterias de 200 m. Não é o nono lugar no geral que o faz desabafar.
"Não tenho lugar para treinar. Essa reforma [na pista do
Ibirapuera] era para o dia 20 de
abril. Estamos em maio", afirma Viana, membro da equipe
nacional de 4 x 100 m, quarta
colocada em Pequim-2008.
Atletas ouvidos pela reportagem foram informados de que a
pista será fechada no dia 29 para a obra orçada em R$ 2 milhões. O complexo esportivo do
Ibirapuera e o do parque da
Água Branca, na zona oeste, serão reformados. No total, serão
gastos cerca de R$ 41 milhões.
A previsão é que as obras na
pista durem até quatro meses, o
que impedirá estrelas como
Maurren Maggi, campeã olímpica de salto em distância, de
treinar em seu habitat natural
até o Mundial, em agosto.
"Vamos ter que ir para Bragança [Paulista], que é a nossa
casa", conta Keila Costa, prata
no Rio anteontem e companheira de treinos de Maurren.
Ambas integram a equipe Rede, que tem pista na cidade do
interior, mas treinam no Ibirapuera, por morarem na capital.
Os atletas da BM&F, principal equipe que utiliza o Ibirapuera, buscam alternativas.
"Acho que é difícil ceder espaço em Bragança. Já tem muita gente treinando lá", afirma
Kleberson Davide, vencedor
dos 800 m no GP do Rio, da
equipe Rede, deixando no ar a
rivalidade entre os dois times.
Para Viana, as possibilidades
são outras. "Vamos ter que viajar todos os dias para treinar,
além de reduzir a carga. A gente
viaja para São Caetano do Sul
ou para Praia Grande", declara.
Nelson Gil, da Secretaria de
Esporte e Lazer de SP, alega
não haver data para fechamento da pista. ""Não acho que seja
formalizado este mês", disse,
ao alertar que os atletas foram
avisados com antecedência.
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