São Paulo, terça-feira, 19 de maio de 2009

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VÔLEI

Questões pra se pensar


O vôlei brasileiro está cada vez mais inflacionado, e as mudanças na regra voltaram a deixar os jogos mais longos


CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A S ÚLTIMAS semanas foram de sustos no vôlei: primeiro foi o fim do time do Finasa, depois o da Unisul. A tragédia acabou com final feliz: um grupo de empresários assumiu a equipe de Osasco, e o Sesi vai bancar o ex-time da Unisul. Mas fica a pergunta: por que a debandada de patrocinadores?
Vale citar outros casos: Brusque e Bento Vôlei também perderam os patrocínios. A Ulbra só vai manter o time por mais uma temporada. A Vivo ainda não renovou com o Minas -deve dar uma resposta hoje.
Ok, o patrocínio segue regras de marketing. Existe uma estratégia para o retorno do investimento.
Após um tempo é comum que a estratégia seja alterada. Algumas empresas saem, outras entram. É cíclico. Sadia e Leites Nestlé são exemplos de grandes times que acabaram. Para complicar, o mundo passa por uma crise e muitas empresas estão fazendo cortes. O vôlei brasileiro segue mão oposta. Está cada vez mais inflacionado. O investimento em um grande time gira entre R$ 5 milhões a R$ 6 milhões anuais. As principais estrelas ganham por volta de R$ 500 mil por temporada.
Em entrevista ao UOL, o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça, parece não se preocupar com isso. "Como pode se falar em crise se temos 151 campeões mundiais jogando no país? Na Itália, já anunciaram redução de salário de 15% para os contratados e 30% para os que fecharam agora. No Brasil, estamos aumentando salários."
Outro problema é que o vôlei está se tornando de novo pouco atrativo para a TV. Mudanças dos últimos anos favoreceram a defesa, como a criação do líbero e a bola mais murcha, e os jogos voltaram a ficar mais longos. A final da Superliga (Rio x Osasco) levou 2h26min. A semifinal entre Minas e Cruzeiro, 2h46min. Está na hora de rever as regras.
A federação internacional poderia, por exemplo, diminuir o número de paradas. São seis em cada set: dois tempos para a TV e dois para cada técnico. Só com isso, são quatro minutos. Outra alternativa seria diminuir a pontuação dos sets de 25 para 21. Questões pra se pensar.

CORNETA
O leitor e professor de inglês Fábio Batista está bravo com Bernardinho. A bronca: a não convocação do oposto Wallace, uma das revelações da Superliga. Concordo com o professor: Wallace, 21, merecia uma chance, mesmo porque há poucas alternativas para a posição.

ITALIANO
O ponteiro João Paulo Bravo vai chegar à seleção com confiança para lutar por uma vaga. Domingo, ele foi campeão italiano pelo Piacenza. O time venceu o Trentino, de Leandro Vissotto, também convocado. Já na Rússia, o Odintsovo, de Walewska, perdeu a final do torneio nacional para o Dínamo.

cidasan@uol.com.br


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