São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

frigideira

Antônio Carlos aponta covardia ao sair

Ex-treinador do Palmeiras acredita que vazamento de entrevero com atacante Robert foi premeditado para prejudicá-lo

Saída confusa de técnico e de jogador após bate-boca no Rio revela conflito de opiniões e interesses no comando do clube alviverde

Zanone Fraissat/Folha Imagem
O técnico Antônio Carlos, que foi demitido do Palmeiras depois de atuar 3 meses no clube, deixa o CT da equipe, na Barra Funda

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-técnico do Palmeiras Antônio Carlos atribuiu a disputas políticas sua saída do clube, oficializada ontem. Reclamou que o episódio envolvendo o atacante Robert foi só uma ""desculpa" e que foi uma vítima de ""mentiras" e ""covardia".
O treinador afirmou que ""há pessoas que trabalham no clube e que ficam vazando informações e inventando notícias para desestabilizar o trabalho que é feito". Uma pessoa próxima de Antônio Carlos usou a palavra ""fritura" para definir a situação que levou à demissão.
O motivo oficial para sua saída foi um confronto envolvendo Antônio Carlos e o atacante Robert no ônibus do clube.
""Outros treinadores de renome passaram recentemente pelo Palmeiras e sofreram pelo mesmo motivo. Não sou a primeira vítima dessa briga política, mas, sinceramente, espero ter sido o último. Tenho uma história bonita pelo Palmeiras, que não vai ser apagada por uma briga entre dirigentes."
Ao ser questionado se voltaria a trabalhar com a atual gestão, o técnico argumentou que gostaria de um dia retornar ao clube e lembrou que ano que vem haverá eleições no clube.
Robert, que bateu boca com o treinador no ônibus na volta do Rio a São Paulo após empate com o Vasco, foi dispensado.
O atleta foi um dos que retornaram ao hotel após o horário determinado pela comissão técnica. O outro foi o também atacante Ewerthon, que será multado, e relatos dão conta de ao menos um terceiro atleta.
O vice de futebol do clube do Parque Antarctica, Gilberto Cipullo, definiu a saída de Antônio Carlos como tendo acontecido "de comum acordo" com o treinador. Segundo ele, a situação já vinha sendo discutida na tarde de segunda-feira, versão contestada pelo treinador.
""O Palmeiras não é desorganizado", defendeu-se Cipullo.
Porém anteontem à noite, durante festa da empresa Traffic, Cipullo, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo e o próprio Antônio Carlos se referiram a ele como técnico do time. Cipullo até afastou possibilidade de punição mais forte ao técnico.
O trio disse que técnico e atleta não chegaram às vias de fato, e que teria ocorrido só um ""bate-boca mais exacerbado".
A justificativa para a saída de Antônio Carlos dada por Cipullo ontem é a de que o bate-boca poderia desestabilizar a equipe e que o próprio treinador havia concordado com essa opinião.
Sobre o fato de a comissão técnica ter dada prazo até as quatro horas da manhã para os jogadores retornarem ao hotel explicou que é costume relativamente tradicional no futebol.
""Foi dado um prazo, que não foi respeitado. Falam que havia mulheres com eles, mas nada disso foi comprovado. É uma falta grave, mas tudo tem que ser provado", afirmou Cipullo.
Os jogadores pediram para esticar a noite após os evangélicos do elenco terem sido liberados para voltar a São Paulo.
Quem assumirá provisoriamente como treinador do Palmeiras para a partida deste final de semana será Jorge Parraga, que vinha comandando a equipe B do clube alviverde.
Dirigentes palmeirenses falaram no nome de Luiz Felipe Scolari, porém sua assessoria de imprensa informou que nenhum contato oficial foi feito.
Outro técnico mencionado é Jorginho, com boa passagem pelo clube como interino em 2009. Ele nega ter falado com cartolas. Só encontrou alguns em um velório há alguns dias.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.