São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

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Preço de arenas da Copa-14 salta 56% em 2 anos, o quádruplo da inflação, três estádios não iniciaram obras e outros aumentam prazos

MARIANA BASTOS
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Desde que foram escolhidas as sedes da Copa do Mundo de 2014 pela Fifa, as cidades brasileiras aumentaram em 56% os orçamentos dos estádios, atrasaram obras, ou nem as iniciaram, e esticaram prazos.
Levantamento da Folha mostra que, hoje, a estimativa de custo é de R$ 6,8 bilhões para as 12 arenas.
No final de maio de 2009, na definição das sedes, os projetos somavam R$ 4,345 bilhões -incluindo estimativas de Paraná e Minas Gerais, feitas um pouco depois.
Neste período, a inflação foi de 13,8%, pelo IGP-M. Os maiores aumentos são nas sedes indicadas para abertura e final do Mundial: São Paulo e Rio de Janeiro.
O projeto inicial do São Paulo era reformar o Morumbi com R$ 136 milhões. O projeto foi encarecido pela Fifa e depois descartado.
Foi trocado pela arena de Itaquera, do Corinthians. De novo, a proposta inicial foi inflada e atingiu R$ 1,070 bilhão na semana passada.
O Maracanã mais do que dobrou de valor e também se aproximou do bilhão. Exigências da Fifa e problemas estruturais não previstos nos projetos iniciais foram os principais fatores para o encarecimento das arenas.
As máquinas nos canteiros de obras, no entanto, não acompanham a velocidade das calculadoras. Três cidades ainda não começaram as atividades de seus estádios: Natal, São Paulo e Curitiba.
"A empresa que ganhou a licitação tem dois meses para se preparar legalmente para iniciar as obras. Eles assinaram o contrato em abril, então é normal que a construção comece em junho. Não há atraso", afirmou João Fernandes, chefe de gabinete da Secretaria para a Copa de 2014 no Rio Grande do Norte.
Só que o prazo para a conclusão da Arena das Dunas foi aumentado em um ano -de dezembro do ano que vem para o final de 2013.
Em Cuiabá, admite-se atraso de três meses nas obras. "Criamos medidas para mitigar esse atraso e vamos entregar no prazo (2012)", contou Carlos Brito, da Agência da Copa de MT.
Há a possibilidade de trabalhar em três turnos. O prazo final seria dezembro de 2012. Assim, a Fifa pediria retoques e o estádio estaria pronto em abril de 2013.
Mas a entidade será flexível com o Maracanã, que terá de refazer a sua cobertura. A maioria dos atrasos, porém, é porque quase nenhum estádio começou obras no início de 2010, data prevista.
A burocracia estatal e suspeitas de irregularidades foram entraves. Nada que parasse as calculadoras.

Colaboraram NELSON BARROS NETO e ADRIANO WILKSON, de São Paulo


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