São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

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Brasil decepcionou, diz Hiddink

Para treinador da Austrália, que perdeu pela primeira vez do país, seleção não teve "planejamento'

Holandês afirmou que, no segundo tempo, brasileiros foram forçados a jogar no contra-ataque e disparou críticas contra a arbitragem

DOS ENVIADOS A MUNIQUE

No futebol, técnico falar mal da equipe adversária é fato raro. Ontem, em plena Copa do Mundo, o holandês Guus Hiddink quebrou esse paradigma.
O chefe da comissão técnica da Austrália não mostrou receio algum de disparar contra a seleção brasileira.
"O Brasil não teve idéias claras para dominar um time que está bem abaixo dele. Faltou planejamento [em campo]", disse Hiddink, que usou até de ironia para comentar o que aconteceu no jogo de ontem no Estádio de Munique, o primeiro confronto entre os dois países em uma Copa do Mundo.
"No segundo tempo, eles tiveram que jogar no contra-ataque, e isso não é comum para o Brasil. O certo seria o contrário", disse o técnico, que em 1998 treinava a seleção holandesa, que foi eliminada, nos pênaltis, após 1 a 1 no tempo regulamentar e na prorrogação, pelo Brasil nas semifinais da Copa da França.
Ele se gabava antes do jogo de ontem de que nunca havia perdido no tempo normal para um rival brasileiro, seja uma seleção ou um clube -ele era o técnico do Real Madrid em 1998, quando o clube espanhol bateu o Vasco na final do Mundial interclubes, no Japão.
O atual treinador da Austrália também disparou contra a arbitragem do alemão Markus Merk. "Ele não foi decisivo na partida, mas, em todos os lances duvidosos, decidia a favor do Brasil. É aquilo do país grande contra o pequeno", disse Hiddink, que vai dirigir a seleção da Rússia, em um contrato milionário, após o Mundial.
O holandês falou mal do time de alguém que deve ser seu anfitrião. Ele foi convidado por Parreira para participar, no fim do ano, do congresso de técnicos que o brasileiro tem organizado no Rio nos últimos anos.
Como os torcedores australianos, os jogadores do time da Oceania saíram do estádio satisfeitos com a performance da equipe, que voltou à Copa após 32 anos. "Jogamos bem. Poderíamos ter tido um resultado diferente se tivéssemos aproveitado as chances", disse Viduka, que atormentou a defesa brasileira no jogo. (FÁBIO VICTOR, GUILHERME ROSEGUINI, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
O jogo, lance a lance www.folha.com.br/061682


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