|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil decepcionou, diz Hiddink
Para treinador da Austrália, que perdeu pela primeira vez do país, seleção não teve "planejamento'
Holandês afirmou que, no segundo tempo, brasileiros
foram forçados a jogar no contra-ataque e disparou críticas contra a arbitragem
DOS ENVIADOS A MUNIQUE
No futebol, técnico falar mal
da equipe adversária é fato raro. Ontem, em plena Copa do
Mundo, o holandês Guus Hiddink quebrou esse paradigma.
O chefe da comissão técnica
da Austrália não mostrou receio algum de disparar contra a
seleção brasileira.
"O Brasil não teve idéias claras para dominar um time que
está bem abaixo dele. Faltou
planejamento [em campo]",
disse Hiddink, que usou até de
ironia para comentar o que
aconteceu no jogo de ontem no
Estádio de Munique, o primeiro confronto entre os dois países em uma Copa do Mundo.
"No segundo tempo, eles tiveram que jogar no contra-ataque, e isso não é comum para o
Brasil. O certo seria o contrário", disse o técnico, que em
1998 treinava a seleção holandesa, que foi eliminada, nos pênaltis, após 1 a 1 no tempo regulamentar e na prorrogação, pelo Brasil nas semifinais da Copa
da França.
Ele se gabava antes do jogo de
ontem de que nunca havia perdido no tempo normal para um
rival brasileiro, seja uma seleção ou um clube -ele era o técnico do Real Madrid em 1998,
quando o clube espanhol bateu
o Vasco na final do Mundial interclubes, no Japão.
O atual treinador da Austrália também disparou contra a
arbitragem do alemão Markus
Merk. "Ele não foi decisivo na
partida, mas, em todos os lances duvidosos, decidia a favor
do Brasil. É aquilo do país grande contra o pequeno", disse
Hiddink, que vai dirigir a seleção da Rússia, em um contrato
milionário, após o Mundial.
O holandês falou mal do time
de alguém que deve ser seu anfitrião. Ele foi convidado por
Parreira para participar, no fim
do ano, do congresso de técnicos que o brasileiro tem organizado no Rio nos últimos anos.
Como os torcedores australianos, os jogadores do time da
Oceania saíram do estádio satisfeitos com a performance da
equipe, que voltou à Copa após
32 anos. "Jogamos bem. Poderíamos ter tido um resultado
diferente se tivéssemos aproveitado as chances", disse Viduka, que atormentou a defesa
brasileira no jogo.
(FÁBIO VICTOR, GUILHERME ROSEGUINI, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
O jogo, lance a lance www.folha.com.br/061682
Texto Anterior: Por recordes, Cafu abdica de ser poupado Próximo Texto: Cantoria distingue torcidas Índice
|