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Defesa fica a 32 minutos de recorde
Sem levar gol em Copas há quatro jogos, equipe tem chance de obter, contra o Japão, maior invencibilidade da história
Ao lado da Inglaterra, Brasil é a única entre as equipes apontadas como favoritas a não ter defesa vazada após as duas primeiras partidas
DOS ENVIADOS A MUNIQUE
E DA REPORTAGEM LOCAL
O time que chegou ao Mundial com o ataque mais badalado mais uma vez contou com a
precisão da defesa para vencer.
Precisão que pode alcançar
um feito inédito antes mesmo
do final do próximo jogo, contra o Japão, na quinta-feira.
A seleção não sofre gols em
Copas do Mundo desde as
quartas-de-final do Mundial de
2002, quando Owen abriu o
placar para a Inglaterra aos
23min do primeiro tempo.
Mais quatro partidas foram
realizadas sem que a equipe
brasileira fosse vazada: duas
em 2002 e as duas da atual
campanha na Alemanha.
Sem contar os acréscimos,
são 427 minutos sem levar gols.
Se mantiver a marca até os 32
minutos de jogo contra os japoneses, assumirá a maior série
invicta do Brasil em Copas: 458
minutos, em 1978, quando não
sofreu gols contra Espanha,
Áustria, Peru e Argentina. A série caiu no jogo ante a Polônia.
Além da atual equipe e da de
1978, só as seleções de 1958,
1974 e 1986 ficaram quatro jogos sem sofrer gols em Copas.
O cenário para obtenção do
recorde é favorável. O Japão
marcou só sete gols nos nove
jogos que fez em Mundiais.
Ontem, o Brasil completou
sete jogos consecutivos sem tomar gol, ampliando um recorde
de todas as passagens de Carlos
Alberto Parreira pela seleção.
Como na estréia, contra a
Croácia, o time foi aguerrido na
marcação -foram 131 desarmes, total superior ao registrado pelos australianos (119)- e
ganhou elogios até dos rivais.
"Os zagueiros anteciparam
muitas de nossas tabelas. Mérito deles", disse John Aloisi.
Sua tese encontra respaldo
nos números. Lúcio e Juan, que
formam a zaga, foram responsáveis, juntos, por 45 roubadas
de bola. "Todos diziam que a
defesa seria um problema porque o time jogaria muito ofensivamente. Estamos provando
que não é assim", falou Lúcio.
É uma posição diferente da
de antes da Copa. Na época, zagueiros titulares e reservas haviam declarado à Folha que temiam uma eventual sobrecarga
devido ao esquema ofensivo.
O foco na marcação não impediu Lúcio de buscar o ataque,
fato já habitual em suas apresentações. "Não vejo problema
em ajudar nas jogadas de ataque. É importante surpreendermos os rivais", disse. Nem
seu companheiro se incomoda
com seus arroubos de atacante.
"É o jeito dele, não precisa mudar nada", afirmou Juan.
Antes colegas no Bayer Leverkusen, os zagueiros se entendem bem na seleção. Com
Lúcio (Bayern de Munique) e
Juan (ainda no Leverkusen) no
gramado, a média de gols sofridos é inferior a um por partida.
Dida também teve mais trabalho que seu colega australiano na partida de ontem. O brasileiro fez quatro defesas, duas
a mais que Mark Schwarzer.
Em um lance, porém, falhou
feio e quase colocou tudo a perder. Em uma saída atabalhoada, não conseguiu segurar a bola em uma disputa com um adversário. Na seqüência, Harry
Kewell, sozinho, errou o chute.
Com a Inglaterra, o Brasil é o
único apontado como favorito
ao título a ainda não ter sofrido
gol na Copa alemã.
(FÁBIO VICTOR, GUILHERME ROSEGUINI, PAULO COBOS,
RICARDO PERRONE, SÉRGIO RANGEL E
TALES TORRAGA)
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