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Novo QG de Parreira usa o verde e o amarelo
Bergisch Gladbach, cidade de cerca de
110 mil habitantes, já torce pelo Brasil
Comércio exibe bandeira
nacional, enquanto fãs de
outros países aprendem a
cantar em português e a
criticar forma de Ronaldo
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A COLÔNIA E BERGISCH GLADBACH
A nova casa da seleção brasileira está verde e amarela. A pequena Bergisch Gladbach já se
preparou para receber o time
pentacampeão mundial, que
chegou às 0h14 de ontem
(19h14 de Brasília) e pode ficar
até o dia 27 se terminar em primeiro lugar na sua chave do
Mundial da Alemanha.
Na cidade, de cerca de 110 mil
habitantes, bandeiras brasileiras estão por toda a parte. Os
bares, restaurantes e lojas foram enfeitados com objetos
que simbolizam o país.
Para receber os brasileiros,
os comerciantes locais colocaram à venda muitos souvenires
com a estampa da bandeira
brasileira.
Uma farmácia local pôs até
um aviso: "Nós não falamos
português, mas faremos de tudo para que você se sinta bem".
No próximo domingo, o comércio local decidiu abrir as
portas e haverá um show de
samba numa das principais vias
da cidade alemã.
"Aqui o Brasil está na moda",
diz a brasileira Irene Schleimer, que vive em Bergisch
Gladbach há nove anos. O marido dela, o médico Norbert, disse estar feliz com a chegada da
seleção, mas faz uma ressalva
cuidadosa. "Aqui ninguém joga
futebol", disse.
"A rotina da cidade já mudou.
Só se fala nisso por aqui", conta
a estudante Daniella Alves Balbinho, que mora há quase três
anos na cidade.
Em Bergisch Gladbach, o time brasileiro ficará ainda mais
isolado dos fãs. Diferentemente de Königstein, o hotel da nova cidade, Castelo Lerbach, fica
a cerca de 5 km do centro da cidade. Da estrada que dá acesso
ao local, não é possível enxergar a imponente construção
que recebe a seleção.
Seguranças ficarão na porta
24 horas por dia para controlar
o acesso de pessoas. O hotel,
que tem 52 suítes, está fechado
para os turistas. Cada jogador
terá um quarto individual.
A nova concentração brasileira está localizada a cerca de
15 km de Colônia, a base da torcida brasileira na Alemanha.
Ontem, choveu pela primeira
vez na região em uma semana.
Hoje à tarde, os brasileiros fazem o primeiro treino.
A cidade, que tem uma das
maiores comunidades brasileiras no país da Copa -cerca de
6.000 -recebeu o mesmo número de turistas brasileiros.
Ontem, uma parte deles se
reuniu na arena montada pela
Fifa para acompanhar o segundo jogo da seleção por um telão.
No local, que reuniu cerca de
5.000 pessoas, os brasileiros
contaram ainda com a torcida
de ingleses, turcos e alemães.
Sob um calor superior a 30
graus, o alvo da torcida foi Ronaldo. Pouco antes do início da
partida, um canal de TV alemã
exibiu uma pegadinha em que
um ator raspa o cabelo, coloca
enchimento na barriga e, vestido com uniforme da seleção, se
passa pelo brasileiro.
Os torcedores caíram na gargalhada. E, quando Ronaldo foi
focalizado pela TV, ouviu-se
uma imensa vaia a ele.
"O Ronaldo é um grande jogador, mas está gordo mesmo",
disse o estudante inglês David
Dermann. Os brasileiros passaram a maior parte do tempo
também provocando os australianos. "Dança, dança, dança da
bundinha/Aqui na Alemanha
canguru virou galinha", cantavam os torcedores.
"Todos adoram os brasileiros
aqui. Colônia é a cidade mais
alegre da Alemanha, e isso
combina com nosso jeito", disse a estudante de design gráfico
Carolina Balvedi, que vive na
cidade há três meses.
Ao redor delas, um grupo de
turcos, uniformizados com camisas e bandeiras do Brasil,
tentavam cantar e torcer. Mas
com segundas intenções.
"Nós gostamos do futebol
brasileiro, mas as mulheres
brasileiras são melhores do que
a seleção", dizia Doruk Aber,
enquanto tentava cantar as
músicas e refrãos entoados pelos brasileiros.
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