São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

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Espanha joga para calar rival

Treinador da Tunísia põe em dúvida capacidade do oponente de repetir ótima atuação da estréia

"Talvez os espanhóis sejam os primeiros a duvidar de si mesmos", diz Roger Lemerre, que, se triunfar, pode alçar africanos à ponta do grupo

DO ENVIADO A NUREMBERG

A Espanha tem uma provação hoje diante da Tunísia, em Stuttgart, às 16h. O objetivo é comprovar para o mundo, para o técnico adversário e para os próprios espanhóis que a goleada e o bom futebol da estréia contra a Ucrânia não foram apenas um caso isolado.
A equipe que fez 4 a 0 na Ucrânia, teoricamente o rival mais difícil do Grupo H, perdeu de 2 a 0 em treinamento dos reservas espanhóis, algo que surpreendeu a imprensa do país, um tanto eufórica com o resultado e o futebol da primeira partida, na quarta passada.
"Talvez sejam os espanhóis os primeiros que duvidem de si mesmos", alfinetou Roger Lemerre, treinador da Tunísia.
Ele negou estar impressionado com o futebol da Fúria e garante que vai encarar o jogo de igual para igual. ""Podemos ter menos habilidade, mas temos mais força. Será um choque de estilos. Podemos criar alguns problemas", disse Lemerre, otimista mesmo após o 2 a 2 com a Arábia Saudita -o empate dos africanos só saiu no fim do jogo.
Até o técnico Luis Aragonés, que diz que o melhor que viu no Mundial até agora foi a Argentina, parece não estar muito convencido da boa fase do time.
""Como equipe, a Argentina é melhor, e não porque ganhou de 6 a 0. Digo por outras coisas. Eu me fixo em idéias, e as de Argentina e Itália são perfeitas", justificou o treinador.
Ele deve manter a formação ofensiva (4-3-3) e a opção por não escalar alguns medalhões, como Salgado, Albelda e Raúl.
Aragonés entende, no entanto, que com a bola rolando seu time é um dos melhores. ""No toque de bola, é difícil fazer melhor do que a Espanha. Mas o time não está perfeito. Os laterais precisam subir mais [ao ataque] e criar perigo", afirmou ele, que jamais perdeu um jogo pela seleção, seja como técnico ou como jogador (atuou pela equipe na década de 1960).
A Tunísia não está entre os favoritos da chave, mas Aragonés espera problemas. "Será um rival complicado, mais do que a Ucrânia, porque está muito bem preparado, tem qualidade no meio e porque vão nos pressionar mais."
Lemerre passa otimismo em suas palavras. "Os espanhóis vieram dispostos a realizar um grande Mundial. Devemos responder mentalmente com as mesmas armas", afirmou.
O técnico confia bastante no poder de fogo do atacante Jaziri, que substitui o brasileiro naturalizado Francileudo, lesionado no joelho. ""Ele está tão preparado como pode estar o Puyol [zagueiro da Espanha]."
Já David Villa, goleador espanhol até agora na Copa (dois gols), fala, mais modestamente, em não lutar pela artilharia. ""Não tenho isso em mente. E nem preocupa muito. Quero ajudar a Espanha a se classificar", disse ele, um dos cotados para ser o goleador do Mundial.
Uma vitória hoje garante matematicamente a Espanha nas oitavas-de-final. Cerca de 35 mil torcedores tunisianos deverão assistir à partida em Stuttgart.0 (RODRIGO BUENO)


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