São Paulo, sexta-feira, 19 de junho de 2009

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Brasil de Dunga tem atuação de gala

Seleção derruba os EUA na Copa das Confederações com repertório variado de jogadas e quase 500 passes trocados

Brasil 3
EUA 0


Paul Thomas/Associated Press
DISPUTA NA DIREITA
Maicon comemora após fazer o último gol do jogo. Ele, que começou o torneio na reserva de Daniel Alves, disse que, no 1º tento, quando cruzou para Felipe Melo, temeu voltar a sentir lesão muscular


EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A PRETÓRIA

Gol de bola parada, em contra-ataque e depois de bela tabela. Toque de bola quase perfeito, o ataque rival controlado, ""fair play". O Brasil de Dunga, quase sempre criticado pelo pobre futebol, teve ontem, em Pretória, atuação de gala na vitória por 3 a 0 sobre os EUA.
O placar deixou o time perto das semifinais da Copa das Confederações da África do Sul. No domingo, contra a Itália, atual campeã mundial, precisa só empatar para avançar como líder da chave, o que provavelmente evitará o duelo com a Espanha, a temida campeã europeia, e permitirá viagens bem mais leves nas próximas fases.
Na era Dunga, boas situações na tabela, como esta, não são novidade (com ele, o Brasil já ganhou a Copa América, lidera as eliminatórias e tem o ótimo aproveitamento de 76% dos pontos conquistados).
Mas a autoridade com que ganhou dos EUA, contra quem o Brasil tem um histórico de vitórias apertadas, foi novidade.
A seleção fez seus gols com um vasto repertório de jogadas.
Primeiro, o lance que já virou característica do time: a bola parada. Aos 7min, Maicon bateu falta pela direita, Felipe Melo subiu mais que a defesa e superou o goleiro Howard.
O segundo, aos 20min, aconteceu em um contragolpe mortal. Kaká tocou para Ramires, que avançou por quase todo o campo americano antes de dar ótimo passe para Robinho, que chutou rasteiro para ampliar.
Mas a seleção de Dunga mostrou ontem que também sabe improvisar para balançar as redes. Aos 17min do segundo tempo, depois de rápida e bela troca de passes pelo lado direito, Maicon, eleito o melhor em campo, chutou, quase sem ângulo, para fechar o placar.
Os números do Datafolha também atestam o dia quase perfeito da seleção brasileira.
Foram quase 500 passes trocados, com aproveitamento superior a 91%. Com Dunga, o time tem média de 400 toques e índice de acerto inferior a 88%.
Técnico que dirige a seleção que mais é bombardeada pelos rivais nos últimos tempos, Dunga viu ontem os americanos chutarem só sete vezes (menos da metade da média das eliminatórias). E isso sem apelar: o Brasil cometeu 11 faltas, seis a menos do que sua média sob o comando do gaúcho.
""Eu gostei muito da equipe. A forma como atuamos, de não deixar o adversário jogar, e girar a bola com velocidade, que é uma característica do futebol brasileiro", declarou Dunga.
""Agora a gente teve tempo para se recuperar, para dormir, para comer, e o organismo dos jogadores já está se adaptando ao país", falou o técnico a respeito do motivo da mudança drástica em relação à estreia na Copa das Confederações, a vitória sofrida sobre Egito (4 a 3).
Concentrado desde o início de junho, o time pode ter hoje, ainda que não durante todo o dia, a primeira folga no mês.


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