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Eles são grandesCom jogadores formados em dura rotina física, Costa do Marfim tem seleção "peso-pesado"
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A equipe de Dunga é uma
das mais altas e fortes seleções brasileiras da história.
Mas amanhã, em Johannesburgo, o time nacional irá parecer uma turma de magrelos
diante da Costa do Marfim.
Com a maioria do time formada em um ambiente de
quartel, a Costa do Marfim
tem uma montanha de músculos na sua equipe.
Segundo dados dos clubes
dos atletas (os da Fifa têm
uma série de erros), o time-
-base marfinense tem altura
média menos de 1 cm maior
do que os titulares de Dunga
(1,828 m contra 1,821 m).
Já no peso médio, a vantagem da Costa do Marfim é
grande. São 3,2 quilos a mais
(78,9 kg contra 75,7 kg). E
não é devido a barrigas salientes, como era o caso do
Brasil na Copa de 2006.
O time africano tem atletas
com silhuetas de pesos-pesados do boxe, como o volante
Yaya Touré, de 1,91 m e 90 kg.
Apesar da situação difícil
do país (42% da população
vive abaixo da linha da pobreza), a Costa do Marfim
tem homens e mulheres fortes. Mas as medidas impressionantes de seus jogadores
também se devem a anos vividos em um regime quase
militar para a maioria do time que joga a Copa-2010.
Mais da metade dos convocados foi formada no Mimosas, um clube marfinense
que garimpa talentos no
país, forma-os e depois os exporta para clubes da Europa.
Foi o que aconteceu com
muitos dos destaques do time que enfrenta o Brasil, como os irmãos Touré (Kolo e
Yaya), Kalou e Eboué.
Garotos de 12, 13 anos que
chegam ao Mimosas já são
inseridos em uma dura rotina diária. Acordam às 6h. Às
7h15, treinam individualmente. Depois, encaram
duas horas de práticas com o
grupo. Estudam quatro horas
e devem dormir às 20h30.
Além de alimentar os atletas, o clube manda comida
para as famílias deles.
O Mimosas coloca na cabeça de seus garotos uma série
de conceitos sobre a vida e o
futebol. Pela filosofia do clube, é "no conflito que há progresso, e é ele que faz as pessoas terem outra visão".
A predominância de jogadores formados pelo Mimosas divide a seleção da Costa
do Marfim. Quem é de fora do
grupo, como o astro Drogba,
que começou a carreira na
França, tem problemas de relacionamento com os gigantes formados nesse ambiente
quase militar.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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