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Brasil pode mudar seu meio-campo
Desde 1994, setor do time nacional é alterado no decorrer do Mundial
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
Quando as coisas não
acontecem como o esperado,
é um setor específico da seleção brasileira que carrega a
responsabilidade. Tem sido
assim ao menos nas últimas
quatro Copas do Mundo.
E agora, na equipe de Dunga, é possível que o meio-
-campo sofra novamente
mudanças durante o Mundial. O time nacional joga
amanhã contra a Costa do
Marfim -uma vitória coloca
o Brasil nas oitavas de final.
O coletivo fechado de ontem e a suspeita de que Gilberto Silva lesionou o tornozelo aumentaram a expectativa de que o técnico teste alguns atletas, como Daniel Alves, Ramires, Josué e Júlio
Baptista, no meio-campo.
Apesar da vitória contra a
Coreia do Norte (2 a 1), o time
teve muita dificuldade para
superar o bloqueio dos asiáticos e o próprio Dunga criticou a lentidão da equipe.
Há também o fato de Kaká,
principal jogador da seleção,
estar longe de sua forma física e técnica ideal, como ficou
evidente na estreia. Tudo isso pode fazer com que Dunga
mude peças no que deve ser o
setor criativo da equipe.
"O Kaká atua na mesma
função que eu, mas estou esperando a chance e preparado para jogar", disse Júlio
Baptista, destaque do coletivo de anteontem contra uma
equipe sub-19 sul-africana.
Robinho, que fez a função
de Kaká por alguns minutos
contra os norte-coreanos
após a substituição do meia,
também disse não ver problema em jogar por ali. "O
Santos joga com três atacantes e eu sou o que volta mais
para buscar as jogadas. Então, não tem dificuldade."
Mudanças no meio-campo, se ocorrerem agora, seguirão um padrão adotado
pela seleção desde o Mundial
de 94. Para acertar o time
campeão nos EUA, o treinador Carlos Alberto Parreira
trocou Raí por Mazinho.
Em 98, na França, o meia
Geovanni foi substituído por
Leonardo na equipe vice-campeã de Zagallo.
Na Copa de Coreia do Sul e
Japão, em 2002, o atual reserva Kleberson ganhou a posição de Juninho Paulista e
ajudou a acertar o time de
Luiz Felipe Scolari, que conquistou o pentacampeonato.
Na frustrada campanha na
Alemanha, em 2006, Parreira
mexeu no time, eliminado
pela França. Tirou o atacante
Adriano e pôs Juninho Pernambucano no meio-campo.
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