São Paulo, sábado, 19 de junho de 2010

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Moradores dizem ter herdado só liberdade

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

A situação de Sharpeville, que tem cerca de 40 mil habitantes, hoje não é muito diferente da de 50 anos atrás, quando ocorreu o massacre.
Segundo os próprios moradores, quase não há energia elétrica, água, esgoto, coleta de lixo e escolas.
"Não vivi aquela época, mas acho difícil que hoje seja melhor", afirma Lebo Direbo, 32, funcionária de uma loja de departamentos num shopping próximo dali.
"Espero que a Copa do Mundo sirva para que as pessoas olhem um pouco para nós e conheçam nossa situação", afirma. "Porque só se lembram de nós no feriado [de 21 de março]."
Quem viveu de alguma forma o massacre ocorrido em 1960 lamenta a situação da favela, mas não faz comparações com o passado.
"Não temos tudo de que precisamos, mas podemos sair daqui para tentar buscar", declara Abram Mofokeng. "Não nos arrependemos de nada. Por causa de todo aquele sangue, hoje podemos dizer que somos pessoas livres", afirma Sellane Phethane. (EAR, MF, PC E SR)


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