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Moradores dizem ter herdado só liberdade
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A situação de Sharpeville,
que tem cerca de 40 mil habitantes, hoje não é muito diferente da de 50 anos atrás,
quando ocorreu o massacre.
Segundo os próprios moradores, quase não há energia elétrica, água, esgoto, coleta de lixo e escolas.
"Não vivi aquela época,
mas acho difícil que hoje seja
melhor", afirma Lebo Direbo, 32, funcionária de uma
loja de departamentos num
shopping próximo dali.
"Espero que a Copa do
Mundo sirva para que as pessoas olhem um pouco para
nós e conheçam nossa situação", afirma. "Porque só se
lembram de nós no feriado
[de 21 de março]."
Quem viveu de alguma
forma o massacre ocorrido
em 1960 lamenta a situação
da favela, mas não faz comparações com o passado.
"Não temos tudo de que
precisamos, mas podemos
sair daqui para tentar buscar", declara Abram Mofokeng. "Não nos arrependemos de nada. Por causa de todo aquele sangue, hoje podemos dizer que somos pessoas
livres", afirma Sellane Phethane.
(EAR, MF, PC E SR)
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