São Paulo, sábado, 19 de junho de 2010

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Holanda testa série invicta e fama de fogo de palha

Sem perder há 20 jogos, seleção disputa liderança do Grupo E com o Japão

ENVIADO ESPECIAL À CIDADE DO CABO

Quem acredita que a Holanda, invicta há 20 jogos, seja mais uma vez fogo de palha tem uma boa razão para estar certo. A série sem derrotas da equipe, algo que tende a continuar hoje contra o Japão em Durban às 8h30 (Brasília), foi construída diante de poucas equipes fortes.
A seleção laranja, de ótimo retrospecto sob o comando de Bert van Marwijk, acumula 15 vitórias e cinco empates desde que perdeu um amistoso por 2 a 1 para a Austrália, a única derrota do time com o atual comandante. Porém só enfrentou dois países que estão no top 10 do ranking da Fifa e não os venceu.
Contra a Itália, quinta colocada na lista, 0 a 0. Contra a Inglaterra, oitava no ranking, um 2 a 2 no qual a Holanda correu o sério risco de levar uma virada em casa.
O Japão foi uma das vítimas holandesas nesta série invicta. Uma vitória cômoda por 3 a 0 num amistoso em Enschede já mostrou bem a diferença técnica entre os dois times, que disputam hoje a liderança do Grupo E.
Esse placar clássico foi um dos maiores da Holanda nos últimos 20 jogos. Goleadas, apenas contra Hungria (6 a 1), Gana (4 a 1) e Macedônia (4 a 0). A classificação com 100% de aproveitamento para o Mundial deveu-se muito ao fato de os holandeses encabeçarem um grupo fraco.
O tão elogiado ataque holandês, pelos números, não é tudo isso. Fez em média nessa série invicta 2,1 gols por jogo, mesmo enfrentando várias equipes que não estão bem colocadas no ranking da Fifa. A Dinamarca, rival da estreia na Copa (2 a 0), é só a 36ª seleção da lista mundial.
Mas a defesa, criticada por muitos, inclusive pelo lendário Johan Cruyff, não é tão fraca como pode parecer pelos seus nomes de pouco brilho internacional. Nos últimos dez jogos, sofreu apenas cinco gols (0,5 por jogo).
Uma vitória hoje praticamente dará à Holanda o primeiro lugar de sua chave no Mundial. Mas o time pode cruzar logo nas oitavas de final com a Itália. Nas quartas, pode ter Brasil ou Espanha, favoritas ao título contra as quais não mediu forças.
"Somos um país criativo e temos o que Cruyff chama de "um tipo de arrogância". Não podemos deixar essa arrogância ser algo negativo. Quando a Holanda está bem, somos muito, muito bons... E então você pode perder", declarou Van Marwijk.
(RODRIGO BUENO)

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