São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2001

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Depois de Rogério, no São Paulo, Marcelinho faz protesto no Corinthians

Estrelas se rebelam em SP

Juca Varella - 14.jun.01/Folha Imagem
Marcelinho, do Corinthians, que quer indexar seu salário ao dólar


Meia-atacante abandona time e pede salário em dólar para HMTF, parceiro corintiano

DA REPORTAGEM LOCAL

A crise entre dois jogadores símbolos do futebol paulista e a diretoria de seus clubes ficou ainda mais acentuada ontem.
O goleiro Rogério, há 11 anos atleta do São Paulo, e o meia-atacante Marcelinho, que defende o Corinthians desde 1994, com uma rápida passagem pelo futebol espanhol, continuam indignados com a direção dos clubes que defendem. O motivo? Dinheiro.
Enquanto o primeiro usou uma suposta proposta do Arsenal para pedir aumento salarial, o segundo não se conforma com a notícia de que Rincón, do Cruzeiro, receberá US$ 100 mil por mês e exige que seu salário também seja pago em dólares -o Corinthians, assim como os mineiros, é parceiro do HMTF, fundo de investimentos norte-americano.
Depois de ter chamado a diretoria são-paulina de mentirosa e exigido retratação do presidente Paulo Amaral, para quem a proposta do Arsenal nunca existiu, Rogério deverá ser processado pelo clube. Em contrapartida, o atleta também deve processar Amaral, por calúnia e difamação.
Já Marcelinho, depois de criticar publicamente a falta de comando do Corinthians, abandonou a equipe, que ontem enfrentou o Bragantino, em Bragança, para se reunir em São Paulo com Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol.
O meia-atacante queria aumento de salário. Conseguiu, embora ele não seja indexado pelo dólar. Com o aumento, Marcelinho passa a receber mais do que R$ 120 mil, quebrando o teto salarial estipulado pela diretoria.
Apesar de, a pedido da diretoria, não ter confirmado publicamente o aumento, a direção teme que a atitude do jogador gere um efeito cascata e outros jogadores comecem a reclamar de salário.
No São Paulo, a preocupação da diretoria é parecida. Se não for tomada uma atitude firme em relação a Rogério, ela acha que os demais jogadores podem perder o respeito pela direção.
Entre os atletas, no entanto, o goleiro não é considerado unanimidade, já que alguns o acham um líder negativo -quando o time tentou contratar o meia Rincón, no primeiro semestre, Rogério foi contrário à negociação, recebendo críticas de seus companheiros de clube.


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