São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2001

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FUTEBOL

Meia-atacante entra no final do 1º tempo, dribla, passa a bola aos companheiros, chuta e Brasil vence Paraguai

Com Denílson, Brasil ginga e se classifica

DOS ENVIADOS A CALI

O jogador que mais foge do padrão preferido pelo técnico Luiz Felipe Scolari foi o principal responsável por manter o time do treinador na Copa América-2001.
Com seus dribles, um gol e dois passes que originaram outros dois para a seleção brasileira, o meia-atacante Denílson, esquecido desde a Copa da França, mudou o panorama do jogo em que mais uma vez o time nacional teve fraca atuação.
Até o jogador do Betis (ESP) entrar, no final do primeiro tempo, o Brasil perdia por 1 a 0 e, sem criatividade alguma, penava para chegar ao gol paraguaio.
Com Denílson, o time passou a driblar e, mesmo com um jogador a menos, virou a partida e garantiu a classificação.
Os números do Datafolha atestam a mudança efetuada no time pela entrada do meia-atacante.
Mesmo atuando pouco mais de 45 minutos, o jogador foi o brasileiro, junto com o lateral-esquerdo Júnior, que mais driblou -foram sete no total.
Ele também não teve medo de finalizar -no total, chutou quatro vezes ao gol paraguaio, outro recorde brasileiro na partida, que começou em ritmo lento.
O primeiro gol do encontro aconteceu depois de uma jogada individual paraguaia pelo lado esquerdo da defesa brasileira. Antes da conclusão, Emerson derrubou o rival e cometeu pênalti, convertido por Alvarenga, aos 11min.
Depois do gol, o Brasil iniciou uma sequência de passes e cruzamentos errados, principalmente com Ewerthon e Júnior.
Nervosos, os jogadores do time nacional davam espaços para os rivais e cometiam faltas desnecessária -em uma delas, no meio-campo, Roque Júnior recebeu o cartão amarelo.
Só nos 15 minutos finais da primeira etapa o Brasil ameaçou o gol paraguaio, mas o time falhou também nas finalizações.
Com dois minutos para o final do primeiro tempo, Ewerthon sofreu uma contusão na coxa direita e deu lugar para Denílson, que logo no seu primeiro lance, fez jogada individual e serviu Alex, que desperdiçou a chance.
O começo da segunda etapa começou com muitas reclamações dos brasileiros contra o juiz argentino Angel Sánchez -no intervalo, Scolari já havia o chamado de "safado". Os atletas do Brasil reclamaram de dois pênaltis, um sobre Guilherme e outro em que o paraguaio teria colocado a mão na bola.
Tanto nesse momento do jogo como na primeira etapa, o time nacional não aproveitava as chances que tinha nas bolas paradas.
Do início do jogo até os 10min do segundo tempo, foram 14 escanteios a favor do Brasil -só o meia Alex cobrou 13, nenhum com eficiência.
A situação do time de Scolari parecia que ficaria mais crítica aos 14min, quando Roque Júnior fez nova falta violenta e foi expulso.
Dois minutos depois, entretanto, Denílson driblou um rival e tocou para Alex, que da entrada da área, chutou forte para empatar o jogo. Na comemoração, com "raiva", o meia, conhecido pelo seu estilo frio, correu para abraçar Scolari, seu técnico no Palmeiras.
No resto da partida, Denílson, nos contra-ataques, continuou a ser a maior arma ofensiva do time brasileiro, que era acuado pelos paraguaios, que jogavam com sua formação reserva.
Aos 45min, em mais uma grande jogada de Denílson, o Brasil, por meio de Belletti, marcou o segundo. Já nos acréscimos, foi a vez do próprio Denílson marcar em chute de longa distância e coroar sua grande atuação.
(FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)



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