São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2004

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BRASIL 4 X 0 MÉXICO

Equipe supera barreira dos times experimentais e pega o Uruguai na 1ª vez em 15 anos em que os três campeões mundiais chegam à reta final

Seleção B goleia e enfim vai à semifinal na América

FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A PIURA

A seleção brasileira venceu ontem o México e, na terceira tentativa, conseguiu chegar às semifinais de uma Copa América com uma equipe B. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que o torneio voltou a ser disputado em sede única, em 1987.
O triunfo de 4 a 0 em Piura, na vitória mais dilatada da terceira gestão de Carlos Alberto Parreira na equipe nacional, classificou o time para enfrentar o Uruguai, na quarta-feira, às 21h45, por uma vaga na final do torneio peruano, no próximo domingo.
Nas duas vezes anteriores em que havia disputado o torneio continental com uma formação reserva, o time nacional parou nas quartas-de-final -em 1993, quando foi eliminado pela Argentina, e em 2001, quando caiu diante da frágil Honduras.
Agora, a missão é acabar com a sina de falta de títulos que acompanha o Brasil quando opta por não usar seus principais jogadores nas competições.
Além da Copa América em 1993 e 2001, o time não conseguiu o título com reservas na Copa das Confederações em 1999, 2001 e 2003, sendo que nesta última não passou nem da fase inicial.
O resultado de ontem também dá mais tempo para Parreira testar um grupo que joga para ganhar uma vaga no time principal.
Como já havia acontecido na primeira fase, quem saiu no lucro diante do México -que havia vencido a Argentina em campos peruanos- foram o goleiro Júlio César, novamente com ótimas defesas, Juan, muito seguro na zaga, e o meia Alex, autor do primeiro gol numa cobrança de pênalti. Adriano, autor de dois tentos, também ganha imenso cartaz -segue como artilheiro da equipe, agora com cinco gols.
O triunfo também acabou com um jejum que já incomodava os brasileiros. Nas seis partidas anteriores contra o México reconhecidas pela Fifa, foram dois empates e quatro vitórias mexicanas.
Parreira é outro que tem motivos para colocar a vitória de ontem no seu currículo. Só na edição 2004 da Copa América ele somou o mesmo número de vitórias (três) do que nas suas outras duas participações no torneio -em 1983 e 1993.
Nas semifinais estarão reunidos os três maiores vencedores da Copa América, o que não acontece desde 1989, quando pela última vez Argentina, que desafia a Colômbia amanhã, Brasil e Uruguai terminaram a competição entre os quatro primeiros.
Os uruguaios, mesmo com um homem a menos durante boa parte do segundo tempo, garantiram lugar nas semifinais também ontem ao vencer o Paraguai por 3 a 1.
A seleção deixa hoje Piura com destino a Lima, local da semifinal de quarta-feira e também palco da decisão no domingo.
Se for eliminado pelo Uruguai, o time disputa o terceiro lugar em Cuzco no próximo sábado.


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