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BASQUETE
Fora da Olimpíada, time de Lula Ferreira perde também sua hegemonia regional ao cair no Sul-Americano
No Rio, argentinos derrubam tabu de 57 anos da seleção
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Fora da Olimpíada de Atenas, a
seleção brasileira perdeu ontem a
oportunidade de conquistar o bicampeonato sul-americano de
basquete, ao ser derrotada pela
Argentina na final do torneio, disputado em Campos (norte do Estado do Rio).
Com a vitória, por 95 a 78, os
atuais vice-campeões mundiais
ainda quebraram um tabu de 57
anos. A última vez que o Brasil recebera a competição e terminara
sem o título fora em 1947, quando
perdeu a taça para os uruguaios.
Em 1935, os argentinos já haviam
superado os brasileiros na quarta
edição do torneio.
Foi a revanche do time rival,
que, além de ter perdido a final da
competição para o time de Lula
Ferreira no ano passado, havia sido derrotado pelos brasileiros por
98 a 92 na primeira fase desta edição do torneio.
A Argentina permaneceu à
frente do placar durante quase toda a partida. Mas ao término do
segundo quarto liderava por uma
margem de só três pontos de vantagem (40 a 37).
No terceiro período, porém, o
Brasil viu os adversários ampliarem a diferença no marcador.
Quando a vantagem chegou a nove pontos, Lula Ferreira pediu
tempo e orientou os jogadores a
buscarem alternativas ofensivas
aos tiros de três pontos.
Mas isso não surtiu efeito e, no
quarto final, os argentinos se distanciaram ainda mais no marcador, com rápidos contra-ataques
finalizados, na maioria, pelo ala
Herrmann, eleito o melhor jogador da competição.
Nos minutos finais, o domínio
argentino ficou tão evidente que
os brasileiros nem sequer tentaram fazer faltas com o objetivo de
parar o cronômetro.
"É uma alegria enorme ser campeão. Perdemos a primeira partida contra os brasileiros na fase de
classificação, mas conseguimos
corrigir os erros, dominar o jogo e
vencer, levando para casa mais esse importante título", afirmou o
jogador argentino, que levou para
casa a redinha da cesta como troféu pela conquista.
"Os argentinos fizeram com a
gente o mesmo que fizemos com
eles na primeira partida. Eles jogaram com muita vontade e uma
marcação fortíssima. Acredito
que o nosso jogo cresceu durante
a competição e mostramos um
basquete melhor do que nos outros anos. Mas, infelizmente, hoje
não foi o nosso dia", afirmou o
ala-armador Marcelinho, atleta
com mais assistências (49) e recuperações de bolas (19) do sul-americano.
Na disputa do terceiro lugar, a
Venezuela garantiu o bronze ao
bater o Uruguai, do cestinha Mazzarino (que somou 154 pontos em
seis jogos), por 76 a 74.
Apesar da perda do título, o
Brasil continua sendo o país com
mais conquistas continentais: 16.
Em segundo lugar vem o Uruguai, com 12, seguido pela Argentina, que chegou ao 11º triunfo.
Agora, a seleção brasileira irá
disputar o torneio Super Four em
Córdoba (Argentina) e torneios
internacionais em Atenas (Grécia), Alicante (Espanha) e Reggio
Calabria (Itália).
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