São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2004

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BASQUETE

Fora da Olimpíada, time de Lula Ferreira perde também sua hegemonia regional ao cair no Sul-Americano

No Rio, argentinos derrubam tabu de 57 anos da seleção

LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Fora da Olimpíada de Atenas, a seleção brasileira perdeu ontem a oportunidade de conquistar o bicampeonato sul-americano de basquete, ao ser derrotada pela Argentina na final do torneio, disputado em Campos (norte do Estado do Rio).
Com a vitória, por 95 a 78, os atuais vice-campeões mundiais ainda quebraram um tabu de 57 anos. A última vez que o Brasil recebera a competição e terminara sem o título fora em 1947, quando perdeu a taça para os uruguaios. Em 1935, os argentinos já haviam superado os brasileiros na quarta edição do torneio.
Foi a revanche do time rival, que, além de ter perdido a final da competição para o time de Lula Ferreira no ano passado, havia sido derrotado pelos brasileiros por 98 a 92 na primeira fase desta edição do torneio.
A Argentina permaneceu à frente do placar durante quase toda a partida. Mas ao término do segundo quarto liderava por uma margem de só três pontos de vantagem (40 a 37).
No terceiro período, porém, o Brasil viu os adversários ampliarem a diferença no marcador. Quando a vantagem chegou a nove pontos, Lula Ferreira pediu tempo e orientou os jogadores a buscarem alternativas ofensivas aos tiros de três pontos.
Mas isso não surtiu efeito e, no quarto final, os argentinos se distanciaram ainda mais no marcador, com rápidos contra-ataques finalizados, na maioria, pelo ala Herrmann, eleito o melhor jogador da competição.
Nos minutos finais, o domínio argentino ficou tão evidente que os brasileiros nem sequer tentaram fazer faltas com o objetivo de parar o cronômetro.
"É uma alegria enorme ser campeão. Perdemos a primeira partida contra os brasileiros na fase de classificação, mas conseguimos corrigir os erros, dominar o jogo e vencer, levando para casa mais esse importante título", afirmou o jogador argentino, que levou para casa a redinha da cesta como troféu pela conquista.
"Os argentinos fizeram com a gente o mesmo que fizemos com eles na primeira partida. Eles jogaram com muita vontade e uma marcação fortíssima. Acredito que o nosso jogo cresceu durante a competição e mostramos um basquete melhor do que nos outros anos. Mas, infelizmente, hoje não foi o nosso dia", afirmou o ala-armador Marcelinho, atleta com mais assistências (49) e recuperações de bolas (19) do sul-americano.
Na disputa do terceiro lugar, a Venezuela garantiu o bronze ao bater o Uruguai, do cestinha Mazzarino (que somou 154 pontos em seis jogos), por 76 a 74.
Apesar da perda do título, o Brasil continua sendo o país com mais conquistas continentais: 16. Em segundo lugar vem o Uruguai, com 12, seguido pela Argentina, que chegou ao 11º triunfo.
Agora, a seleção brasileira irá disputar o torneio Super Four em Córdoba (Argentina) e torneios internacionais em Atenas (Grécia), Alicante (Espanha) e Reggio Calabria (Itália).


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