São Paulo, terça-feira, 19 de julho de 2011

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"Argentino", Muslera vira a salvação do gol uruguaio

COPA AMÉRICA
Carrasco de anfitriões, arqueiro nasceu em Buenos Aires


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

O carrasco argentino desta Copa América nasceu na própria Argentina.
E aproveita a terra natal para se consagrar com a camisa do Uruguai, que vai a campo hoje contra o Peru, em La Plata, como o único favorito sobrevivente nas semifinais do torneio continental.
Fernando Muslera, 25, goleiro da Celeste Olímpica, veio ao mundo no dia 16 de junho de 1986, data em que a Argentina derrotou o Uruguai por 1 a 0 na Copa do México e eliminou o país vizinho do Mundial.
Os pais de Muslera, por razões profissionais, estavam na capital argentina nessa época. Mas, antes de o bebê completar um ano, já tinham atravessado o rio da Prata.
Quis o destino que o garoto nascido em meio à consagração de Maradona contra a Celeste voltasse 25 anos depois à Argentina e participasse de um novo clássico.
"Na realidade, meus velhos estavam trabalhando. Fui embora [da Argentina] sem ter uso da razão. Cresci no Uruguai e sou uruguaio", declarou o camisa 1.
Melhor da partida das quartas de final em Santa Fé, Muslera conquistou o que há tempos um goleiro uruguaio (ele tem cidadania uruguaia) não conseguia: firmar-se na seleção que tantos bons arqueiros mostrou na história.
O treinador do Uruguai, Oscar Tabárez, foi o responsável pela fixação de Muslera no gol. Deu ao arqueiro oportunidades nas últimas partidas das eliminatórias da Copa do Mundo de 2010.
Muslera não só agarrou a chance como fez ótima Copa. Bateu o recorde de minutos sem levar gol em Mundial para um arqueiro uruguaio -ficou 337 minutos sem ser vazado, superando a marca de Ladislao Mazurkiewicz.
Após a inconstância de Carini, Castillo e Viera, a segurança tão procurada na Celeste Olímpica veio nas mãos de um jovem revelado pelo Montevideo Wanderers.
Um ano antes de defender a cobrança de Tevez e eliminar a Argentina desta Copa América, Muslera já havia defendido dois penais contra Gana em uma épica batalha no Mundial da África do Sul.
Fruto do bom trabalho de base feito recentemente no Uruguai, passando pelas seleções sub-17 e sub-20, o arqueiro está trocando a italiana Lazio pelo turco Galatasaray, o que talvez não corresponda ao status que tem adquirido em seu país.
Já são 24 jogos atuando todos os minutos pela Celeste, 15 deles em competições oficiais. "Contra a Argentina, foi como sonhamos. Mas sabemos que o Peru também será complicado", disse Muslera, que pode ser um "argentino" campeão em casa domingo.
Mais uma boa razão para a Argentina lamentar esta Copa América que organiza.


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