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FUTEBOL
Atletas do maior rival brasileiro na Copa das Confederações alavancam candidatura à Copa-2006
Jogador alemão fará lobby no México
FÁBIO VICTOR
da Reportagem Local
Uma das favoritas, ao lado da
Inglaterra, na corrida para receber a Copa do Mundo de 2006, a
Alemanha está utilizando os jogadores da seleção como garotos-propaganda da sua candidatura.
Os 20 convocados para a disputa da Copa das Confederações,
que começa no próximo sábado,
no México, foram orientados pela
federação de futebol do país e pelos responsáveis pela candidatura
a fazer lobby durante a disputa do
torneio, promovido pela Fifa.
A Alemanha, que está no Grupo
B ao lado de Brasil, Nova Zelândia
e EUA, abre o torneio no sábado
contra os brasileiros, no estádio
Jalisco, em Guadalajara.
O outro grupo, com sede na Cidade do México, reúne México,
Egito, Bolívia e Arábia Saudita.
No México, os atletas alemães
participarão de eventos para promover a candidatura e têm orientação para abordar positivamente
o tema em qualquer entrevista
que concedam.
"Na programação que passaram para os convocados, logo na
primeira folha eles pedem para a
gente fazer propaganda da candidatura", contou à Folha o meia-atacante Paulo Rink, brasileiro
nacionalizado alemão que defenderá o país no torneio.
Segundo o jogador do Santos,
que está na Alemanha concentrado com a equipe e embarca hoje
para o México, os dirigentes alemães estão totalmente mobilizados em torno da candidatura.
O ex-jogador Franz Beckenbauer, espécie de "embaixador"
da candidatura alemã, viajará
com a delegação ao México.
"Não faz sentido dizer que não
estamos indo com o melhor time.
A federação quer fazer o melhor
possível no torneio, para que isso
reflita na campanha", diz Rink.
Mas, à maneira da brasileira, a
seleção alemã não levará sua principal equipe ao México.
Os atacantes Bierhoff e Kirsten,
o goleiro titular Kahn e o zagueiro
Babbel, por exemplo, ficaram de
fora da lista de convocados.
Seguindo o discurso dos dirigentes, Rink alega que a maioria
das estrelas não vai ao México por
estar machucada. "O Kahn operou o joelho, e o Kirsten e o Babbel estão contundidos", justifica.
A exceção é Bierhoff, que, em férias, comunicou ao técnico Erich
Ribbeck que não estaria à disposição para a competição.
Ainda assim, com jogadores como o veterano Matthaeus e o
meio-campista Heinrich, a equipe
alemã representa a maior ameaça
ao bicampeonato do Brasil.
Na última edição do torneio, em
1997, na Arábia Saudita, a seleção
de Zagallo goleou a Austrália na
final por 6 a 0.
Também candidato a receber o
Mundial de 2006, o Brasil parece
não estar tão preocupado com a
propaganda no México.
Para o consultor técnico Candinho, a performance na Copa das
Confederações não pesará na decisão da Fifa sobre a sede. "Esse
negócio de fazer propaganda para
2006 no México não tem nada a
ver. O teste para o Brasil vai ser no
começo do ano, com a organização do Mundial de clubes."
Colaborou João Carlos Assumpção, enviado especial a Assunção, e com agências internacionais
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