São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007

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Palmeiras abafa crise, e Caio Júnior banca Edmundo

Técnico e diretoria tentam contornar problemas criados por atacante, que será titular da equipe contra o Flamengo

Gerente de futebol diz que é necessário ter jogo de cintura e que jogador não merece levar puxão de orelha por criticar o clube

RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras entra em campo hoje, às 16h, para receber o Flamengo sob o discurso de que tudo anda às mil maravilhas no Parque Antarctica.
Tudo isso, porém, após a semana em que o clube perdeu seu principal patrocinador e o melhor jogador desencadeou um mal-estar ao reclamar de atraso nos direitos de imagem e do descaso com que vem sendo tratado pelos dirigentes.
Neste universo à parte em que o clube trabalha para abafar uma crise de relacionamento entre Edmundo e a diretoria, o técnico Caio Jr. surge como "bombeiro". Mas sabe que já não pode esperar muito do maior nome da companhia.
E como parte desta encenação, apesar de todo o barulho criado à sua volta, Edmundo foi bancado como titular e teve o apoio velado de seu treinador para seguir no time.
"Foi uma questão administrativa", afirmou o técnico, em um tom feito para colocar uma pedra no assunto.
Justamente ele, que no começo do Brasileiro passou por um constrangimento ao ser deixado no "vácuo" pelo atacante -que não gostou de ser substituído diante do São Paulo e ignorou o cumprimento do treinador ao sair de campo.
Desde então, Caio Jr. esforçou-se para botar panos quentes na história. Em diversas ocasiões, afirmou ter ótimo relacionamento com o atleta.
Já Edmundo vive um paradoxo. Ao mesmo tempo em que suas entrevistas escassearam, nos raros momentos em que acontecem, são bombásticas. Foi assim no gesto deselegante com Caio Jr. Foi assim nas declarações da semana.
Além de reclamar do atraso nos direitos de imagem, o atacante disparou diretamente contra os dirigentes.
Ele afirmou que, se fosse na atual gestão, dificilmente teria sido trazido de volta ao Parque Antarctica no final de 2005 -na ocasião, quem comandava o futebol do clube era Salvador Hugo Palaia, hoje encarregado da diretoria financeira.
Mesmo estando na linha de fogo do jogador, a cúpula palmeirense assumiu o discurso de que tudo anda bem. E achou desnecessário dar qualquer tipo de punição a Edmundo.
"Temos de ter jogo de cintura. Não é o caso de dar um puxão de orelhas nele. E a minha porta está aberta para resolver qualquer tipo de problema", disse o gerente de futebol do clube, Toninho Cecílio.
Fora do âmbito esportivo, os dirigentes dizem não ter posição oficial sobre a saída da Pirelli -patrocinadora que injetava R$ 590 mil por mês no clube segundo o tesoureiro, Ebem Gualtieri. A empresa, que está no Palmeiras há sete anos, tem contrato até 31 de dezembro.
Nos bastidores, diz-se que a diretoria analisa propostas de patrocinadores. Oficialmente, a mesma nega qualquer acerto. Enquanto isso, Edmundo segue sorrindo entre os titulares.


NA TV - Palmeiras x Flamengo
Globo e Band (menos SP), às 16h



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