São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007

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Por Olimpíada, basquete muda planejamento

Seleção masculina faz poucos amistosos, contra adversários diretos à vaga em Pequim, e prioriza preparação em treinos

Para o Mundial-06 foram dez amistosos e, mesmo assim, equipe terminou com a vexatória 17ª posição, sua pior participação na história

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para conquistar a vaga olímpica, a seleção masculina de basquete mudou sua estratégia de preparação. A equipe que estréia na quarta, contra o Canadá, no Pré-Olímpico de Las Vegas, fez apenas três amistosos.
Em compensação, o time aproveitou o escasso tempo entre a final do Pan -quando ganhou o tricampeonato- e a seletiva olímpica para treinar.
"Eu, pessoalmente, sou a favor de fazer mais treinos e menos jogos. É no treino que o técnico corrige posicionamento do time, prepara jogadas, e melhoramos o entrosamento", diz o ala-armador Marcelinho.
"Quando fazemos uma série de amistosos pelo Brasil, perdemos um pouco o foco. Há a obrigação de ganhar por causa da festa da torcida, quando o fundamental é que as falhas sejam suprimidas", completa ele.
Para este Pré-Olímpico, o Brasil participou apenas da Copa Tuto Marchand, em San Juan, enfrentando adversários diretos pela vaga olímpica: Argentina, Porto Rico e Canadá.
Anteontem, o time bateu Porto Rico por 79 a 67. Ontem, jogaria contra o Canadá.
Além disso, por não atuar em casa, a seleção pôde jogar sem a cobrança da torcida por vitória ou placares centenários.
Mesmo assim, o técnico Lula não vê tanta diferença entre a preparação de agora e a do último Pré-Olímpico, em 2003.
"Naquela ocasião fizemos dez amistosos. Agora, jogamos duas vezes com o Uruguai, fizemos cinco partidas no Pan e três na Copa Tuto Marchand. Também são dez", contabiliza.
No entanto, em 2003, o Brasil sofreu muito mais com atropelos do calendário. Disputou série de amistosos contra adversários de segundo nível -Uruguai e Venezuela- e duas competições oficiais -Sul-Americano e Pan-, antes de jogar o classificatório olímpico.
Chegou a San Juan com campanha impecável: invicto em 16 jogos. Saiu do Pré-Olímpico em um modesto sétimo lugar, após três vitórias e cinco derrotas, ficando fora dos Jogos pela segunda vez consecutiva.
Mesma estratégia ocorreu no Mundial-06. Foram 14 jogos, sendo quatro no Sul-Americano e, em seguida, dez amistosos antes do evento no Japão.
Mesmo pegando rivais de bom nível -Alemanha, Argentina e EUA, entre outros-, o planejamento naufragou, e o Brasil terminou com um vexatório 17º lugar, a pior colocação do país na história do Mundial.
Agora, com o reforço de três atletas de NBA -Leandrinho, Nenê e Marquinhos-, a expectativa é outra. "O time está mais maduro. Somos favoritos. Mas isso não basta. Temos que ganhar a vaga olímpica", diz Lula.


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