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Por Olimpíada, basquete muda planejamento
Seleção masculina faz poucos amistosos, contra adversários diretos à vaga em Pequim, e prioriza preparação em treinos
Para o Mundial-06 foram dez amistosos e, mesmo assim, equipe terminou com a vexatória 17ª posição, sua pior participação na história
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para conquistar a vaga olímpica, a seleção masculina de
basquete mudou sua estratégia
de preparação. A equipe que estréia na quarta, contra o Canadá, no Pré-Olímpico de Las Vegas, fez apenas três amistosos.
Em compensação, o time
aproveitou o escasso tempo entre a final do Pan -quando ganhou o tricampeonato- e a seletiva olímpica para treinar.
"Eu, pessoalmente, sou a favor de fazer mais treinos e menos jogos. É no treino que o técnico corrige posicionamento
do time, prepara jogadas, e melhoramos o entrosamento", diz
o ala-armador Marcelinho.
"Quando fazemos uma série
de amistosos pelo Brasil, perdemos um pouco o foco. Há a
obrigação de ganhar por causa
da festa da torcida, quando o
fundamental é que as falhas sejam suprimidas", completa ele.
Para este Pré-Olímpico, o
Brasil participou apenas da Copa Tuto Marchand, em San
Juan, enfrentando adversários
diretos pela vaga olímpica: Argentina, Porto Rico e Canadá.
Anteontem, o time bateu
Porto Rico por 79 a 67. Ontem,
jogaria contra o Canadá.
Além disso, por não atuar em
casa, a seleção pôde jogar sem a
cobrança da torcida por vitória
ou placares centenários.
Mesmo assim, o técnico Lula
não vê tanta diferença entre a
preparação de agora e a do último Pré-Olímpico, em 2003.
"Naquela ocasião fizemos
dez amistosos. Agora, jogamos
duas vezes com o Uruguai, fizemos cinco partidas no Pan e
três na Copa Tuto Marchand.
Também são dez", contabiliza.
No entanto, em 2003, o Brasil sofreu muito mais com atropelos do calendário. Disputou
série de amistosos contra adversários de segundo nível
-Uruguai e Venezuela- e duas
competições oficiais -Sul-Americano e Pan-, antes de jogar o classificatório olímpico.
Chegou a San Juan com campanha impecável: invicto em 16
jogos. Saiu do Pré-Olímpico em
um modesto sétimo lugar, após
três vitórias e cinco derrotas, ficando fora dos Jogos pela segunda vez consecutiva.
Mesma estratégia ocorreu no
Mundial-06. Foram 14 jogos,
sendo quatro no Sul-Americano e, em seguida, dez amistosos
antes do evento no Japão.
Mesmo pegando rivais de
bom nível -Alemanha, Argentina e EUA, entre outros-, o
planejamento naufragou, e o
Brasil terminou com um vexatório 17º lugar, a pior colocação
do país na história do Mundial.
Agora, com o reforço de três
atletas de NBA -Leandrinho,
Nenê e Marquinhos-, a expectativa é outra. "O time está mais
maduro. Somos favoritos. Mas
isso não basta. Temos que ganhar a vaga olímpica", diz Lula.
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