São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2008

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PEQUIM 2008

Sexo frágil?

FERNANDA OLIVEIRA E ISABEL SWAN CONQUISTAM UM BRONZE INÉDITO PARA AS MULHERES NA VELA, E MARTA E COMPANHIA GOLEIAM ALEMANHA E JOGARÃO POR UM OURO INÉDITO PARA O FUTEBOL

Peter Andrews/Reuters
Fernanda Oliveira e Isabel Swan festejam o bronze na 470

EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A QINGDAO

Mulheres brasileiras viveram ontem um dia histórico nos Jogos de Pequim. Coincidentemente, feitos registrados fora da capital chinesa, em duas subsedes olímpicas.
Primeiro, a dupla Fernanda Oliveira, timoneira, e Isabel Swan, proeira, conquistou um feito inédito para a vela brasileira: elas ganharam a primeira medalha olímpica no esporte em disputas femininas, um bronze, na classe 470.
Depois, no futebol, a seleção feminina atropelou, de virada, as alemãs, algozes na decisão do Mundial-2007.
Em Qingdao, Fernanda e Isabel venceram a Medal Race, uma novidade desta Olimpíada -décima e última regata, disputada apenas pelas dez duplas mais bem colocadas e com pontuação em dobro.
As brasileiras foram para a água sem chance de ouro. A missão era marcar o barco de Israel pelo bronze. A medalha de prata dependia de resultado muito adverso do barco holandês, que não ocorreu.
Com a conquista, a vela se iguala ao judô como esporte com maior número de medalhas olímpicas, 15. Segue em vantagem nos ouros, 6 a 2.
Ao cruzar a linha, Fernanda e Isabel pularam na água, festejando muito. Com dores nas costas, Fernanda não dormira na noite anterior. Precisou receber injeção para competir. "Em nenhum momento achei que estava garantido. Não se pode acomodar. Só no final."
"Agora começa a passar na cabeça todo o tempo vivido na vela. Tive dificuldade para dormir, mas sonhei só com coisas boas", declarou Isabel.
A inédita medalha feminina veio na classe mais técnica da vela olímpica. A 470 (o nome vem da dimensão da embarcação, 470 cm) é muito rápida e sensível ao movimento do corpo dos velejadores, sendo que a condução do barco depende não apenas do timoneiro, mas também da ação do proeiro.
Em Xangai, com uma goleada de 4 a 1 (dois gols de Cristiane, um de Marta, um de Formiga), a seleção feminina avançou à sua segunda final olímpica consecutiva, assegurou a prata e terá chance de novo troco. As adversárias serão as americanas, campeãs em Atenas-2004.
Para Marta, a atual melhor do mundo, é a chance "de nossos sonhos se realizarem". Nunca o país do futebol faturou um ouro olímpico -nesta manhã, o masculino enfrenta a Argentina por vaga na final.
A decisão do feminino é na quinta, às 10h, em Pequim.


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