São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2008

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MARATONA AQUÁTICA

Brasileiras de gerações diferentes curtem fase

Prova tem russa favorita, mas atrai por sul-africana amputada

BRASIL
Poliana e Ana Marcela na água, em prova estreante nos Jogos, às 22h


DA ENVIADA A PEQUIM

Poliana Okimoto, 25, despontou em 2005 e se transformou na maior esperança de medalhas do Brasil na maratona aquática após o vice mundial. Neste ano, Ana Marcela, 16, virou líder do ranking.
A duas gerações competem hoje, a partir das 22h, em busca das primeiras medalhas da modalidade, estreante nos Jogos.
O cenário do parque Shunyi é considerado ideal para as nadadoras. Poliana tem só 1,65 m e 51 kg e sofre com as pancadas das adversárias durante a prova. Braçadas e chutes são comuns na disputa, e a brasileira já teve até tímpano estourado por causa de uma cotovelada.
Em Pequim, ela não terá de se preocupar em, além de passar as rivais, enfrentar as condições adversas do mar. A prova será em uma raia montada, sem marola. A temperatura também favorece as brasileiras, já que faz calor em Pequim.
Ana Marcela é mais baixa (1,60 m), mas mais forte (58 kg). Também tem facilidade para nadar nessas situações. Como Poliana, disputa provas de 800 m livre em piscinas.
Com o número de atletas inscritos para os 10 quilômetros da maratona reduzido a 25, o empurra-empurra dentro d'água também deve ser menor do que nas provas que elas costumam disputar. A favorita ao ouro é a russa Larisa Ilchenko, que já brilha há cinco anos.
Mas todas as atenções devem estar voltadas para a sul-africana Natalie Du Toit, 24. Em 2001, ela foi atropelada enquanto andava em sua moto e teve parte da perna amputada.
A atleta não desistiu. Após cinco ouros nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, arriscou-se na seletiva olímpica. Classificou-se em quarto, à frente das brasileiras. Foi a primeira nadadora amputada a obter vaga para uma Olimpíada. Hoje pode se tornar a primeira medalhista. "Quando estou na água, sou capaz de competir de igual para igual." (MARIANA LAJOLO)


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