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Mentor do Inter fala em deixar o clube
Fernando Carvalho, principal cartola do time gaúcho, dá sinais de que comanda o time só até o final do ano
DO ENVIADO A PORTO ALEGRE
A conquista do bicampeonato da Taça Libertadores
pode ter sido a última façanha de Fernando Carvalho.
O vice-presidente de futebol do Inter, responsável por
montar mais um time campeão, deve se retirar do dia a
dia do clube gaúcho até o final do ano, após o Mundial.
Como nas conquistas de
2006 (Libertadores e Mundial), Carvalho teve papel decisivo neste ano. Foi ele
quem repatriou Tinga, Rafael
Sobis e Renan, decisivos no
título conquistado ontem.
Fernando Carvalho sempre foi o dono da bola. Quando garoto, literalmente. Era
ele quem organizava as peladas. Presidente entre 2002 e
2006 e arquiteto do time
"campeão de tudo", Carvalho concentra poder no Internacional como poucos cartolas em outros times do país.
É até nome de troféu no
Campeonato Gaúcho, que se
divide em Taça Fernando
Carvalho e Taça Fábio Koff,
alusão aos ex-presidentes de
Internacional e Grêmio.
Hoje vice de futebol, ele
quer se desligar no final da
temporada do clube, no qual
foi também advogado e dirigente das categorias de base.
Antes, terá dois desafios.
Ganhar o Mundial pela segunda vez sem poder contratar ninguém e domar um
princípio de racha político.
Em dezembro, pouco antes do Mundial em Abu Dhabi, o Inter terá eleição presidencial. Carvalho e o presidente Vitório Píffero, que pelo estatuto não pode se reeleger, serão decisivos mesmo
sem concorrer a nada.
O grupo que dirige o clube
desde 2002 está dividido,
com três pré-candidatos à
presidência disputando as
atenções de Carvalho e Píffero. "A situação é diferente da
que encontramos quando assumimos", disse Píffero, ontem. "Agora que está bom,
muitos querem comandar."
Os três pré-candidatos são
Pedro Affatato, vice de finanças, Giovanni Luigi, assessor
de futebol, e Mário Sergio
Martins, atualmente o segundo vice-presidente do clube.
Carvalho e Píffero, por enquanto, trabalham para aparar arestas e formar uma chapa que reúna toda a situação.
Píffero deve assumir cargo
relacionado à reforma do
Beira-Rio para a Copa-2014.
Carvalho almeja voos mais
altos, como o Clube dos 13.
(MARTÍN FERNANDEZ)
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